Associações ambientalistas ProTejo e Quercus acusam Portugal e Espanha pelo ressurgimento no Tejo de algas “com elevada toxicidade e cheiro putrefacto”.
As associações ambientalistas ProTejo e Quercus consideram “que se encontram reforçados os fundamentos para apresentar uma Queixa à Comissão Europeia contra os governos de Portugal e Espanha” assente “no incumprimento da Directiva-Quadro da Água”. Esta posição surge na sequência de “uma nova invasão” de algas “com elevada toxicidade e cheiro putrefacto” no Alto Tejo.
Este crescimento muito rápido e sem controlo (bloom) de algas foi, segundo a associação ProTejo, detectado no passado dia 9 em Vila Velha de Ródão, “estendendo-se pela albufeira do Fratel, e que irá progredir contaminando todo o rio Tejo a montante da barragem do Fratel”. Também os núcleos regionais de Castelo Branco e de Portalegre da Quercus ecoam o alerta: “As águas estão extremamente poluídas desde a entrada do rio Tejo em Portugal, em Vila Velha de Ródão, Arneiro e Nisa [Portalegre], chegando mesmo até Ortiga, já no município de Mação.”
“Este crescimento anómalo (bloom) das microalgas (cianobactérias e outras) é cíclico, devido às condições de calor e luminosidade”, explica a Quercus. Esta invasão de algas encontra o caldo perfeito sob “condições de temperatura e luminosidade elevadas que se observam nos meses de Verão, em que estas barragens armazenam pouca água em resultado do seu esvaziamento artificial”, descreve ainda a ProTejo.
Este bloom de algas, acrescentam os responsáveis pela ProTejo, que pode “produzir cianotoxinas prejudiciais aos seres vivos”, à semelhança de anos anteriores, resulta de vários factores. “Primeiro, a concentração elevada de nutrientes, nomeadamente fósforo, e as substâncias tóxicas depositadas no fundo das albufeiras da Extremadura espanhola, Azutan, Torrejon, Valdecañas, Alcantâra e Cedillo, ao longo de décadas de descargas de águas residuais sem adequado tratamento e das escorrências de fertilizantes agrícolas.”
É imperativo, alerta também a Quercus, que […]