O secretário de Estado da Agricultura considerou hoje essencial que a produção e o comércio trabalhem em conjunto no Douro e convocou todos a unirem-se neste ciclo que começa com a “nova” Casa do Douro.
“A produção sem comércio não tem futuro, o comércio sem produção não existe. Cabe à nova Casa do Douro a harmonização equilibrada da relação de todas as partes”, afirmou João Moura, que hoje participou, no Peso da Régua, no momento inicial da reunião onde tomarão posse a direção e conselho regional de viticultores, eleitos nas primeiras eleições depois da restauração da Casa do Douro como associação pública de inscrição obrigatória.
Para o governante, “é essencial que a produção e o comércio trabalhem em conjunto, estabelecendo um diálogo aberto e colaborativo”, pois, na sua opinião, “só assim se poderá avançar, criando um ambiente de união que valorize cada elo da cadeia produtiva”.
Aos órgãos eleitos da Casa do Douro – a direção, que será presidida por Rui Paredes, e o conselho regional de viticultores – o secretário de Estado disse que a “responsabilidade que hoje assumem é enorme”, aproveitando ainda para convocar todos “os agentes da região, [a] unirem-se neste novo ciclo”.
Questionado sobre as competências da Casa do Douro e o modelo financeiro, João Moura respondeu: – “A lei é clara e diz quais são as competências, algumas estão cumulativas [com o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto] e esse é um trabalho que temos que fazer daqui e diante”.
“A partir de hoje, vamo-nos sentar para tentar fazer de acordo com o que seja o mais conveniente para a região”, afirmou, salientando que, sobre o financiamento, é preciso “estudar e trabalhar”.
Sobre a produção de aguardente a partir de excedentes do Douro, para incorporar na produção de vinho do Porto, o secretário de Estado lembrou o estudo que foi encomendado ao IVDP.
“Esse estudo está praticamente concluído e, quando for o momento, anunciaremos o resultado desse estudo, se é possível ou não a incorporação exclusiva de aguardente proveniente da região do Douro”, salientou o governante.
Perante as quebras nas vendas de vinho, nomeadamente de vinho do Porto, João Moura disse que a estratégia tem que passar pela promoção.
“Todos temos que caminhar num só sentido que é promover um produto e não andarmos de forma desgarrada a faze-lo. Temos que fazer isto de forma concertada e com estratégia”, salientou.
Hoje, no salão nobre da Casa do Douro, no Peso da Régua, tomam posse os órgãos eleitos a 21 de dezembro: conselho regional de viticultores e direção.
O mandato é de três anos e Rui Paredes terá como vogais Fernando Alonso e Justina Teixeira.
O conselho regional é composto por 51 membros eleitos por sufrágio direto dos associados singulares, sendo depois designados representantes das adegas cooperativas, cooperativas agrícolas e associações de viticultores.