FENAREG reúne especialistas em importante debate sobre o futuro da água e do regadio no atual contexto geopolítico
Os atuais desafios geopolíticos que se estão a viver obrigam a uma reflexão mais abrangente sobre os seus possíveis impactos nos temas da Gestão e Armazenamento da Água, da Resiliência Hídrica que têm vindo a ganhar preponderância crescente tanto no contexto europeu, como no nacional, da urgência da modernização do regadio como esforço nacional e tendo em conta a atual reprogramação do PRR que o envolve, bem como o desenho de um novo plano de armazenamento e de distribuição eficiente da água para a agricultura.
Com o propósito de contribuir para o debate sobre os novos contornos da resiliência hídrica em Portugal e na Europa, e de esclarecer os atuais desafios geopolíticos e os respetivos impactos na estratégia da água e na agricultura, a FENAREG – Federação Nacional dos Regantes de Portugal vai levar a cabo um importante debate na OVIBEJA, subordinado ao tema “+ Água, + Futuro” no próximo dia 2 de maio, a partir das 14:30, no auditório NERBE.
Da Água que Une à Resiliência Hídrica no atual contexto geopolítico
Este colóquio, que integra um ciclo de conferências que a FENAREG promove este ano para assinalar o seu 20º aniversário, tem em conta que o investimento na modernização e aumento da eficiência das infraestruturas de armazenamento e distribuição da água é determinante tanto para o desenvolvimento da economia do país – que além do mais se propõe atualmente reduzir o seu défice agro alimentar (5.500 Milhões em 2023), como para o setor agrícola que tem um potencial para gerar 74 Milhões em receita fiscal e 320 Milhões de euros em Valor Acrescentado Bruto por ano, o que resulta numa valorização idêntica à da TAP em 10 anos (dados CAP- Confederação dos Agricultores de Portugal).
Neste contexto importa igualmente considerar que o regadio é uma peça vital da estratégia nacional da água. Dele depende vastamente o setor agrícola (mais de 60% da produção agrícola e mais de metade das explorações agrícolas dependem dele), a sustentabilidade e a segurança alimentar do país, bem como a resiliência dos territórios face à desertificação geográfica e ao despovoamento. Por tal, é imperativo que seja tido em conta e devidamente equacionado nas estratégias e políticas públicas que estão atualmente em desenvolvimento e das quais se destacam: a nível nacional a
Estratégia “Água Que Une”; e a nível europeu a “Estratégia de Resiliência Hídrica”.
A Estratégia “Água Que Une” foi apresentada pelo Governo no passado dia 9 de março de 2025 e visa assegurar a gestão sustentável dos recursos hídricos em Portugal nos próximos 15 anos. São considerados investimentos que promovem a eficiência, a resiliência e a inteligência na gestão da água contemplando cerca de 300 medidas, destinadas a aumentar a disponibilidade de água em mais de 1.000 milhões de metros cúbicos em todo o território Nacional, num investimento previsto de mais de 5 mil milhões de euros.
No atual contexto, é importante que se reflita sobre se estaremos a equacionar nestas medidas e no plano, todos os impactos que decorrem dos desafios geopolíticos – tanto conflitos armados, como económicos, com que nos estamos a confrontar e que tanto impactam o setor. Importa saber, como nos devemos preparar para enfrentar o futuro e tornarmo-nos mais resilientes protegendo a água, o regadio e a fileira agrícola? Como salvaguardar os caudais nas nossas bacias internacionais? Como podemos tornar mais resilientes e proteger as infraestruturas críticas como Alqueva – a maior reserva estratégica de água da Europa, com uma capacidade total de 4.150 milhões de metros cúbicos? E como pode Portugal enfrentar estes desafios e preparar-se para o futuro, garantindo a segurança e o desenvolvimento económico?
Para analisar estas e outras questões relacionadas com este tema, a FENAREG convidou o Coronel Carlos Mendes Dias, especialista em geoestratégia, que se irá debruçar sobre a “Estratégia Geopolítica atual – impactos”; José Pimenta Machado, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que irá falar da “Água como Elemento Estratégico – Um Olhar sobre a Convenção de Albufeira”; e Álvaro Mendonça e Moura, Presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), cuja apresentação terá como tema “Os desafios que se colocam à agricultura no atual contexto geopolítico”.
A entrada/participação no colóquio é livre e gratuita. Mais informação e o programa estão disponíveis aqui
Fonte: FENAREG