O projeto “Histórias do Coração Verde” é apresentado no domingo, na Sertã, distrito de Castelo Branco, com o objetivo de envolver os cidadãos no desenvolvimento de políticas climáticas.
O ponto de partida para este trabalho foram os incêndios florestais, nomeadamente os de 2017, que destruíram mais de 213 mil hectares de floresta em Portugal, 37.234 no distrito de Castelo Branco, e uma grande parte desta área no concelho da Sertã.
“Histórias do Coração Verde” integra a Iniciativa de Participação Climática da Fundação Calouste Gulbenkian e foi desenvolvido junto das populações do Amioso, Macieira e da vila de Sertã, através de uma abordagem intergeracional, estimulando a discussão e a troca de conhecimentos entre os residentes da região que viveram esta experiência dos incêndios.
Segundo informação do município da Sertã, o projeto foi desenvolvido por Helena Lopes e Patrícia Jenkins desde o verão de 2024 e vai ser apresentado ao público na Casa da Cultura da Sertã, no domingo, a partir das 17:00.
“O projeto Histórias do Coração Verde de Portugal pretende estimular os debates sobre a ação climática em colaboração com a população mais idosa”, de três aldeias rurais afetadas pelos incêndios, com a criação de vídeos participativos que envolvam a comunidade.
Estes vídeos participativos visam estimular os debates sobre a ação climática, em colaboração com a população mais idosa das três aldeias rurais do concelho da Sertã afetadas pelos incêndios nos últimos anos.
Os jovens destas aldeias também serão capacitados para facilitar a partilha de histórias que captam a vida e a cultura da região ao longo de gerações.
Apesar de desenvolvido por Helena Lopes e Patrícia Jenkins, o projeto contou com o apoio de vários voluntários, nomeadamente jovens entre os 10 e os 23 anos, que participaram ativamente na construção destas histórias durante o verão de 2024.
“Estes jovens participaram em ‘workshops’ de técnicas de criação de vídeo, entrevista e narração de histórias, para que pudessem depois aplicar no terreno, com a população destas localidades”.
Os residentes nas aldeias de Macieira e Amioso foram convidados a participar em “círculos de histórias”, onde puderam partilhar as suas experiências durante o incêndio de 2017 e discutir soluções.
Já na vila da Sertã, a equipa de produção entrevistou pessoas com conhecimento especializado na gestão da floresta e na ação ambiental.
Mais tarde, entre novembro de 2024 e janeiro deste ano, a equipa de jovens teve novos ‘workshops’, desta vez para aprender técnicas básicas de edição de vídeo, criando versões preliminares que foram já apresentadas às respetivas comunidades.
No domingo, vai ser dado a conhecer publicamente o produto final de todo este trabalho.
Na sessão, vai estar presente Carlos Miranda, presidente da Câmara Municipal da Sertã, elementos das associações da Macieira e Amioso, assim como as Juntas de Freguesia parceiras do projeto, Troviscal e Sertã.
A Fundação Calouste Gulbenkian apoiou 11 projetos para envolver os cidadãos no desenvolvimento de políticas climáticas, num valor global de 300 mil euros, para reforçar a resiliência das comunidades e desenvolver narrativas climáticas com impacto positivo.