Na Semana sobre Espécies Invasoras (SEI), que decorre de 3 a 11 de maio em Portugal e Espanha, o Centro de Competências do Pinheiro-Bravo (CCPB) publica a terceira edição técnica sobre a gestão de invasoras em pinhal-bravo dedicada ao controlo da acácia-mimosa (Acacia dealbata).
Seguindo a linha editorial das edições anteriores, o novo manual fornece orientações dirigidas a técnicos e gestores de pinhal para a gestão e controlo de uma das espécies invasoras mais dispersas no território português, considerando os diferentes contextos e povoamentos de pinheiro-bravo.
A elevada capacidade de regeneração seminal e vegetativa (toiça e raiz) da acácia-mimosa, representa um desafio técnico e económico significativo para os proprietários.
Baseada no conhecimento científico existente e no contributo de técnicos, especialistas e investigadores, a publicação pretende alertar para esses riscos e recomendar boas práticas de gestão silvícola, incluindo soluções simples e acessíveis, mas que requerem um planeamento de médio e longo prazo (5 a 10 anos) com a finalidade de minimizar a expansão desta espécie invasora.
Uma das agravantes é o extenso banco de sementes no solo. Este pode permanecer viável durante vários anos. Acresce que, além da germinação ser beneficiada pelas perturbações do solo, esta é uma espécie pirófita de crescimento rápido e cuja regeneração é favorecida após um incêndio. Tal pode comprometer o aproveitamento da regeneração natural de pinheiro-bravo e de outras espécies nativas, prejudicando a biodiversidade local.
Esta edição sensibiliza os técnicos para o facto de operações silvícolas como mobilizações do solo, controlo de vegetação espontânea ou fogo controlado poderem agravar a invasão desta espécie e para a importância da biossegurança, prevenindo novas invasões através dos equipamentos usados.
São abordados ainda os custos das operações de gestão desta espécie, um aspeto determinante na definição da estratégia de controlo.
Nesta publicação de natureza colaborativa, Carine Azevedo, autora principal e consultora do CCPB, coordenou e sistematizou os contributos de: António Tomás Azevedo; Elizabete Marchante; Hélia Marchante; Henrique Reis; Joaquim Sande Silva; Liliana Duarte; Manuel Rainha; Manuel Fernandes; Rui Batista; Sarah Ferreira; Silvia Neves; Susana Carneiro e Tiago Monteiro.
A produção dos conteúdos desta edição, assim como a dinamização do envolvimento de vários peritos, foi financiada pelo contrato-programa entre o Fundo Ambiental e os Centros de Competências do Setor Florestal, no âmbito do investimento “RE-C08-i05 – Programa MAIS Floresta (Reforço de Atuação dos Centros de Competência do Setor Florestal)” da “Componente C08 – Florestas” do Plano de Recuperação e Resiliência. Este é um projeto gerido pelo Centro PINUS.
Aceda aos links das duas primeiras edições “Controlo de háquea-picante em pinhal-bravo” aqui e “Controlo de acácia-de-espigas em pinhal-bravo” aqui.
Fonte: Centro PINUS