O mercado global de melhoramento genético de plantas e de plantas obtidas por CRISPR deverá atingir um valor de 13,86 mil milhões de dólares até 2030, de acordo com uma nova previsão. Este crescimento, impulsionado pelos desafios das alterações climáticas e pela procura crescente de culturas mais resistentes, representa uma taxa de crescimento anual composta de 9,2% entre 2025 e 2030.
As alterações climáticas estão a intensificar a necessidade de variedades agrícolas mais resilientes, com temperaturas elevadas, chuvas irregulares e pragas a reduzirem a produtividade agrícola em várias regiões. De acordo com um estudo da NASA, publicado na Nature Food, a produção mundial de milho poderá cair 24% já em 2030, num cenário de altas emissões de gases com efeito de estufa. Um relatório recente da Oxfam America também alerta para o agravamento das secas e o aumento das quebras de colheitas, afetando sobretudo os pequenos agricultores.
Face a este cenário, as técnicas avançadas de melhoramento, como a edição genética, estão a ganhar terreno na criação de culturas mais tolerantes ao calor, à salinidade e a outras adversidades ambientais. O segmento das culturas de cereais e grãos, incluindo trigo, arroz e milho, continua a liderar o mercado, reforçado pelo apoio governamental à produção de variedades de alto rendimento, especialmente na América do Norte e na região Ásia-Pacífico.
Empresas como Bayer, BASF, Corteva e KWS SAAT estão entre os principais intervenientes no setor, enquanto países como Brasil e Argentina, líderes na produção de culturas geneticamente modificadas, deverão impulsionar o crescimento na América do Sul, onde as políticas favoráveis e a vulnerabilidade às condições climáticas extremas estimulam o investimento em novas tecnologias.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.