
Já foi formalmente constituído o Centro Nacional de Competências para as Alterações Climáticas do Setor Agroflorestal (CNCACSA). Agricultores, investigadores e entidades da tutela unem-se em torno de uma estratégia comum para adaptar a agricultura e as florestas às alterações climáticas e mitigar os seus efeitos.
O Centro de Competências resulta de uma iniciativa da ANPROMIS, da ANPOC, da ADVID, da FENAREG, da FNOP e da UNAC, envolvendo 53 entidades representativas de todo o setor agroflorestal nacional. Nos próximos meses será definido um Plano de Ação para o CNCACSA, que centrará a sua atividade em Inovação, Desenvolvimento e Investigação.
No colóquio que antecedeu a cerimónia de constituição do CNCACSA, Emanuel Dutra, investigador da Universidade de Lisboa e especialista em Climatologia, revelou que Portugal se encontra entre as zonas europeias com maior vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas, prevendo-se nas próximas décadas: amplificação dos extremos de temperatura, secas mais frequentes e prolongadas, redução da precipitação na Primavera, Verão e Outono e aumento dos fenómenos de precipitação extrema.
A agricultura e as florestas são das atividades económicas mais expostas à variação do clima e os seus efeitos negativos já são visíveis – quebras na produção de cereais por ausência de precipitação, perdas consideráveis na vindima provocadas por temperaturas acima dos 40ºC, etc, disseram as associações de agricultores presentes no colóquio.
Para o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, “este Centro de Competências é uma resposta clara de Portugal ao apelo da OCDE para a implementação de um processo de inovação institucional, com novos arranjos colaborativos entre entidades públicas e privadas, para um verdadeiro compromisso entre as questões económicas e ambientais”.