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– 07-08-2002 |
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Zimbabu� : Poucos fazendeiros ousam desafiar governoLisboa, 06 Ago Em declarações � Agência Lusa por telefone a partir de uma fazenda próximo de Harare, Cristina Jardim afirmou que a maioria dos fazendeiros brancos abrangidos pela confisca��o de terras foi obrigada a abandonar as terras. "Os veteranos de guerra entravam nas suas casas e davam-lhes apenas um dia para sa�rem. Outros decidiram abandonar as suas propriedades porque j� não produzem h� muito tempo e deixaram de ter dinheiro para pagar aos empregados", disse. A fazenda de Cristina Jardim e do marido não consta da lista de terras a confiscar pelo governo mas os veteranos de guerra invadiram e mant�m-se na sua propriedade. "Os veteranos continuam c� e apesar da situa��o nos irritar muito não nos t�m causado problemas", acrescentou. O governo do Zimbabu� elaborou uma lista que engloba 95 por cento das fazendas propriedade de brancos, cerca de 6.000 propriedades, para redistribuir pelos negros sem terra, na maioria os chamados veteranos da guerra da independ�ncia. Cerca de um teráo destes fazendeiros tem um prazo limite até quinta-feira para abandonar as terras. O executivo alega que este programa de reforma agr�ria visa "rectificar uma injusti�a da �poca colonial" que permitiu aos brancos, a maioria descendentes de colonos britúnicos, controlarem a produ��o agr�cola do país. Tal como a União dos Fazendeiros, v�rios grupos de defesa dos direitos dos cidad�os e l�deres agr�colas apelaram hoje para que os fazendeiros não abandonem as suas terras e para que aleguem perante o governo que o programa de reforma agr�ria � "ileg�timo". As organizações instaram ainda os agricultores a criarem um fundo para apoiar colegas que venham eventualmente a ser presos na sequ�ncia desta "desobedi�ncia" ao governo. Nos �ltimos dois anos, a produ��o de cereais baixou drasticamente no país, deixando mais de metade dos cerca de 12,5 milhões de zimbabueanos em situa��o de fome. Segundo Cristina Jardim, as reservas de alimentos que existem no país dar�o para mais um m�s e faltam produtos essenciais, como o milho, o �leo ou o a��car. Esta medida do governo afecta cerca de 4.000 fazendeiros e 1,5 milhões de trabalhadores agr�colas e as suas fam�lias. O ministro da Agricultura do Zimbabu�, Joseph Made, avisou hoje que os 54.000 zimbabueanos negros a quem foram atribu�das terras t�m até ao próximo dia 23 para provarem que as pretendem cultivar. A maioria dos benefici�rios não faz no entanto ideia de onde se situa a terra que lhes foi atribu�da nem como pode provar que pretende cultiv�-la, uma vez que não tem dinheiro para o fazer. A maioria das maiores fazendas confiscadas foi entregue a respons�veis pol�ticos e oficiais militares. Cristina Jardim afirmou � Lusa que tem conhecimento de que o pr�prio presidente do Zimbabu�, Robert Mugabe, j� visitou algumas fazendas de brancos, exortando-os a cultivarem as suas terras. "Mas os fazendeiros t�m medo de que, depois de cultivarem as terras, sejam expulsos e percam tudo", disse.
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