� Direc��o Antena 1 � RDP
Carta Aberta A opini�o de Clara Pinto Correia sobre os transgúnicos
Na edição de 12 de Fevereiro de 2008 do Programa �A1 Ci�ncia�, emitido pela Antena 1 da RDP, Clara Pinto Correia teceu uma s�rie de considera��es acerca das plantas transg�nicas que conv�m esclarecer.
Clara Pinto Correia diz que �t�m-se vindo a criar estirpes de plantas transg�nicas que são extremamente abrasivas para o solo�. A afirma��o não s� � falsa como � desprovida de qualquer fundamento t�cnicocient�fico. não existem plantas (transg�nicas ou não) �abrasivas� para o solo. O que existem são pr�ticas agr�colas que permitem (ou não) preservar os solos da erosão que estas (pr�ticas agr�colas) provocam. Significativamente a adop��o das variedades transg�nicas de soja e milho resistentes aos herbicidas t�m vindo a potenciar a adop��o de pr�ticas que evitam a erosão dos solos, como a não mobiliza��o do solo e a sementeira directa. Estas pr�ticas evitam a perda anual de milhões de toneladas de solo ar�vel.
Clara Pinto Correia Também afirmou que [as plantas] ��porque se reproduzem muito depressa, t�m tr�s a quatro colheitas por ano, colonizam terras rochosas, terras arenosas, etc.� e que �� se tu plantas trigo tr�s vezes por ano��. � preciso esclarecer que não existe no mundo nenhum cereal que tenha tr�s colheitas por ano (em Portugal, nem sequer duas colheitas por ano), quanto mais quatro. E que as variedades geneticamente modificadas, utilizadas em 2007 por mais de 12 milhões de agricultores não t�m esta capacidade.
Clara Pinto Correia diz ainda que �Para j�, são uma maneira de implementar a monocultura, ou seja, a produ��o fica toda nas m�os de uma companhia��. A autora da frase confunde a venda de sementes com a produ��o agr�cola e obvia que existem várias multinacionais que desenvolvem e comercializam sementes transg�nicas. Clara Pinto Correia confunde ainda o público, pois a questáo da monocultura não depende da adop��o das variedades transg�nicas, mas da utiliza��o em grandes áreas geogr�ficas de uma s� variedade de uma s� esp�cie, condicionando a produ��o e a economia dessa regi�o a essa escolha. Na verdade, as variedades transg�nicas aumentam a possibilidade de escolha dos produtores agr�colas (dos agricultores) dando-lhes mais op��es de diversifica��o da produ��o com a redu��o de impactos (redu��o do uso de pesticidas e herbicidas) e maior controlo de pragas e doen�as.
Clara Pinto Correia tece ainda considera��es como: �Ent�o, v� de mandar isto para os países africanos�� referindo-se a uma �variante vegetal geneticamente modificada que lhes d� muita vitamina C�. � necess�rio esclarecer que em �frica apenas são cultivadas variedades geneticamente modificadas na �frica do Sul e que os relatos dos pequenos agricultores que as utilizaram demonstram que estas variedades estáo a ter um impacto determinante no combate � pobreza neste Pa�s. � ainda necess�rio esclarecer que não foram até agora comercializadas variedades geneticamente modificadas que produzam maior teor de vitamina C.
Clara Pinto Correia prestou um p�ssimo servi�o ao público ao emitir este conjunto de opini�es descabidas e reveladoras de um total desconhecimento quer de Biologia das Plantas, quer de Agrobiotecnologia.
� pena que o Programa A1 Ci�ncia permita que estas declarações sejam publicadas sem nenhum esclarecimento e sem a confronta��o com a realidade cient�fica e t�cnica actual.
Lisboa, 3 Março de 2008
Pedro Fevereiro (Presidente do Centro de Informação de Biotecnologia)
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Fonte: CiB |
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