As soluções smart também já chegaram à atividade económica mais antiga que se conhece. Ferramentas sofisticadas estão a mudar o modo como se faz Agricultura.
A transformação digital na Agricultura é incontornável. As necessidades de produção estão a aumentar, pressionadas pelo crescimento económico e de população, pelo que o setor tem pela frente vários desafios a superar. No garante de mais e melhores culturas, com menos riscos, estão várias áreas de inovação tecnológica, entre elas sensores de solo, meteorológicos, de fruto e planta, bem como biossensores capazes de detetar, por exemplo, problemas digestivos de um animal; soluções de agricultura de precisão e de analítica preditiva; automação com agribots e drones, desde o robô cortador de ervas daninhas ao drone de mapeamento de terrenos agrícolas; software de gestão para monitorização e análise de dados da atividade; e uma nova abordagem ao farming (“Next Gen Farming”), que acredita, por exemplo, na produção de frescos local ou indoor (numa espécie de estufas gigantes) e que se preocupa com o seu impacto ambiental e na saúde das pessoas.

O IMPULSO DAS AGTECH
Segundo um estudo da consultora EY, existem mais de 70 empresas de tecnologia agrícola, ou Agtech, que estão a mudar o modo como se faz Agricultura. Ou seja, uma nova revolução agrícola está em curso, em parte por motivos idênticos à levada a cabo no século XVIII — a pressão demográfica —, mas desta vez com ferramentas muito mais sofisticadas e “inteligentes”, ligadas a outra revolução, a da Indústria 4.0. De facto, controlar um exército de agribots por meio de uma aplicação no telemóvel já não é fantasia. E, hoje, com um simples “selo” chamado QR Code e tecnologia blockchain é possível às empresas e consumidores rastrear um produto desde o terreno de cultivo ao saco das compras. Também é verdade que a tecnologia está a formar uma nova geração de agricultores, mais jovens, mais empreendedores, habilitados e mais conscientes do seu papel ao nível económico, social e ambiental.