
Há uma seleção criteriosa da genética utilizada e só são selecionados para reprodução os animais melhoradores. Só assim se conseguem preservar as características que fazem desta raça uma das preferidas no mundo e que desde a primeira hora foi a escolha da empresa de Tomar.
Ainda João Diogo Ferreira estava a meio do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária (2012) quando a tradição familiar em agricultura, o gosto que foi desenvolvendo por bovinos e a oportunidade de se candidatar a apoios para instalação enquanto jovem agricultor se alinharam e o fizeram avançar para a criação da empresa AGRIANGUS.
O jovem médico veterinário recorda à nossa reportagem que há muito que a família detém um negócio de criação de espécies cinegéticas na região de Tomar (CAÇABRAVA) e esta nova área de negócio veio afirmar-se em simbiose com aquilo que já existia, nomeadamente na utilização de recursos.
A questão que se coloca é porquê a raça Aberdeen-Angus? Ao que João Ferreira responde que, “sendo uma família muito exigente, houve uma pesquisa minuciosa antes de avançar. Esta raça começou a destacar-se e veio dar resposta à intenção de trabalhar para o nicho da carne de qualidade”. Além da qualidade da carne, a Aberdeen-Angus reporta ainda outras características zootécnicas vantajosas como a docilidade, facilidade de partos, sem cornos (…).
Com objetivo claro de fazer uma seleção dedicada e criteriosa de bovinos de raça Aberdeen-Angus, a AGRIANGUS iniciou a sua atividade com a importação de animais vivos a partir da Dinamarca e Irlanda e desde início avançou com inseminações artificiais e transferências de embriões, “o que possibilitou trazer para Portugal o melhor da raça que há no mundo”. Explica-nos o empresário que, mesmo agora, todos os anos é importada genética dos EUA e do Canadá, o que possibilita fornecer ao mercado nacional as melhores características da raça, sendo os próprios responsáveis da exploração quem faz a transferência de embriões, as ecografias (…).
Venda de equipamentos veio colmatar lacuna encontrada no mercado
Perante a lacuna que sentiram em termos dos equipamentos ao fundar a própria exploração, os responsáveis pela AGRIANGUS desenvolveram essa área de negócio e passaram a representar várias marcas, nomeadamente a Priefert – marca norte americana líder em equipamentos para maneio de gado, como mangas, portas e troncos de contenção. Mais recentemente passou igualmente a representar outras duas casas (Jourdain e La Buvette), e no conjunto as três perfazem um vasto portefólio.
Desta forma, justifica João Ferreira, é possível conciliar o conhecimento que tem vindo a ser adquirido com os animais à comercialização dos equipamentos, traduzindo-se numa consultoria.
Um efetivo de 200 fêmeas
O atual efetivo da AGRIANGUS ronda as 200 vacas adultas, sendo que a grande maioria dos machos segue para reprodução. Já as fêmeas normalmente ficam na exploração. As melhores são utilizadas para reprodução enquanto que as restantes ou seguem para abate ou são utilizadas como recetoras de embriões.
Para ler na íntegra na Voz do Campo n.º 228 (julho 2019)