A interrupção do fornecimento de energia elétrica no passado dia 28 de Abril causou prejuízos avultados no sector agroindustrial lácteo cuja estimativa é ainda preliminar, mas deve ultrapassar os 3 milhões de euros.
Importa sublinhar que o sector caracteriza-se pela laboração contínua 24 horas/dia, por uma grande integração dos operadores desde a produção, passando pela indústria, até à distribuição, por um consumo intensivo e contínuo de energia e pela forte dependência de refrigeração, devido à perecibilidade do leite e dos produtos lácteos.
A falha de energia elétrica impediu a descarga do leite nos estabelecimentos industriais, perturbando todo o processo a montante, nomeadamente a recolha contínua junto dos produtores. Por outro lado, as unidades de produção sofrerem constrangimentos por via da impossibilidade de realizar ordenhas e de refrigerar convenientemente o leite.
Após o restabelecimento da energia elétrica, os efeitos prolongam-se até ao dia de hoje devido à acumulação de matéria-prima não laborada no período do apagão e nas horas seguintes, durante as quais foi necessário proceder à limpeza das linhas de produção industriais.
Os prejuízos estimados de 3 milhões de euros referem-se, nomeadamente, a eliminação de matéria-prima não conforme, redução dos indicadores de qualidade da mesma, despesas com alugueres de contentores de refrigeração e trabalho extra de colaboradores.
Pelo exposto, a FENALAC enquanto entidade que represente cerca de 70% da recolha de leite no continente, entende que importa apurar responsabilidade e determinar compensações justas para os prejuízos sofridos pelos operadores.
O Presidente da FENALAC, Idalino Leão, defende que “os prejuízos sofridos pela produção de leite devem merecer a atenção do Ministério da Agricultura visando a redução do impacto do apagão na competitividade dos Produtores de leite nacionais”.
Fonte: FENALAC