O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou hoje um apoio direto a 1.104.728 agricultores na Guiné-Conacri, Senegal e Togo com um financiamento de cerca de 93 milhões de euros para combater as alterações climáticas.
“O Conselho de Administração do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento [AfDB, na sigla em inglês] aprovou 102,79 milhões de dólares (cerca de 93 milhões de euros) para o Programa Multinacional (Guiné-Conacri, Senegal e Togo) de Promoção de Cadeias de Valor Agrícola Sustentáveis em Zonas Especiais de Processamento Agroindustrial, que promove cadeias de valor agrícola sustentáveis em torno de zonas de processamento agroindustrial (SAVC-SAPZ)”, declarou a instituição num comunicado de imprensa.
Através desta iniciativa, “espera-se que o programa beneficie diretamente 1.104.728 agricultores e indiretamente 5.612.415, em que pelo menos 50% dos beneficiários serão mulheres”, frisou.
O programa integra a preocupação com as alterações climáticas e a redução das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em três projetos de “Zonas Especiais de Transformação Agroindustrial (SAPZ)” atualmente em curso nos três países participantes: o projeto de transformação agroindustrial do Togo, o ‘Senegal Agropole-Sud’ e o programa de Desenvolvimento das Zonas Especiais de Transformação Agro-Industrial de Boké e Kankan (PDZSTA – BK) na Guiné-Conacri (país que faz fronteira com a Guiné-Bissau), explicou a instituição.
“O risco de alterações climáticas aumentou no continente [africano] e este financiamento do Fundo Verde para o Clima (GCF, na sigla em inglês) irá apoiar a necessidade urgente de ajudar as comunidades rurais que enfrentam os desafios climáticos, tirando partido de tecnologias comprovadas”, declarou Kazuhiro Numasawa, diretor da divisão do Banco Africano de Desenvolvimento responsável pelas operações da SAPZ.
Esta iniciativa apoia, nomeadamente, pequenos sistemas de irrigação que abrangem pelo menos 39,179 hectares e o fornecimento de 2,59 megawatts (MW) ou de toda a energia solar necessária para a bombagem de água, assim como atividades destinadas a melhorar o clima e a qualidade de vida dos agricultores, incluindo a produção de energia elétrica, exemplificou a instituição.
“O programa complementa outras ações a favor do género já em curso nos projetos SAPZ nos três países: Também proporcionará às mulheres acesso a técnicas inovadoras de irrigação em pequena escala; ligação entre agricultores e empresas cooperativas de transformação; acesso a serviços de informação sobre o clima e a sistemas de alerta precoce; e acesso a tecnologias de secagem, transformação e embalagem com baixo teor de carbono”, acrescentou, frisando que pelo menos 50% dos beneficiários serão mulheres.
“Estou satisfeito por atingir este marco porque este é o primeiro financiamento do GCF para apoiar o Programa Especial de Processamento Agroindustrial (SAPZ) do Banco em África”, concluiu Numasawa.