A Comissão Europeia (CE) aprovou a importação de três variedades de milho geneticamente modificado, destinadas à utilização em alimentos e rações. De acordo com a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), estas variedades são tão seguras como os seus equivalentes convencionais.
De acordo com a comunicação da CE, estas variedades de milho – DP910521, MON 95275 e MON 94804 – passaram por um processo de avaliação rigoroso e abrangente, assegurando um elevado nível de proteção da saúde humana, animal e do ambiente. As autorizações emitidas pela CE limitam-se à importação para utilização em alimentos e rações, não estando permitida a sua produção agrícola no território da União Europeia (UE).
As autorizações agora concedidas têm uma validade de 10 anos e todos os produtos derivados destes milhos geneticamente modificados vão estar sujeitos às normas da UE em matéria de rotulagem e rastreabilidade.
A CE foi legalmente obrigada a tomar uma decisão, uma vez que os Estados-Membros não conseguiram alcançar uma maioria qualificada, nem a favor, nem contra a autorização.
Milho MON 94804: Esta variedade foi desenvolvida para produzir plantas de menor altura. A característica resulta da introdução de uma sequência de microRNA (miRNA) que inibe a expressão dos genes endógenos GA20ox3 e GA20ox5, envolvidos na biossíntese do ácido giberélico — uma hormona vegetal que regula o crescimento. A diminuição dos níveis desta hormona leva à formação de plantas mais compactas.
Milho MON 95275: Esta variedade foi geneticamente modificada para resistir a certas espécies de coleópteros, incluindo o Diabrotica virgifera virgifera (conhecido como rootworm do milho ocidental). A resistência é conferida pela introdução dos genes mpp75Aa1.1 e vpb4Da2, que produzem proteínas com ação inseticida, e por uma cassete de supressão (DvSnf7) que gera RNA de cadeia dupla (dsRNA). Este dsRNA interfere com genes vitais dos insetos-alvo, levando à sua morte.
Milho DP910521: Desenvolvido para resistir a determinadas pragas de insetos lepidópteros e para tolerar a aplicação do herbicida glufosinato de amónio. A proteção contra insetos, como a lagarta-do-cartucho, é assegurada pela proteína Cry1B.34, produzida a partir de genes do Bacillus thuringiensis. Já a tolerância ao herbicida é conferida pela proteína PAT (fosfinotricina N-acetiltransferase), que neutraliza a ação do glufosinato, permitindo que a planta permaneça intacta após a sua aplicação.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.