
Fonte: Público
Centro de Excelência na área agro-alimentar avança na antiga Estação Zootécnica de Santarém.
Quatro anos depois da apresentação da candidatura, iniciativa foi aprovada e serão investidos 5,2 milhões de euros para adaptar o edifício a novas valências, o novo centro de investigação poderá fazer serviços para as empresas da região.
A antiga Estação Zootécnica Nacional de Santarém vai evoluir para “Centro de Excelência para a Agricultura e a Agro-indústria (CEAAI)”, de acordo com um projecto agora aprovado pelo Programa Operacional do Alentejo 2020. A iniciativa envolve um investimento global de 5, 2 milhões de euros no complexo actualmente gerido pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).
De acordo com um protocolo assinado entre a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e o INIAV, o projecto contempla “a recuperação, capacitação e expansão da Estação Zootécnica Nacional”, criando condições para “a valorização e transferência de tecnologia para os sectores agro-pecuário e agro-industrial, de forma a reunir conhecimentos e competências especializadas, alojar empresas inovadoras e dinamizar eventos de divulgação”. Deverá, ainda, dotar este CEAAI de “mais e melhores valências e competências no suporte tecnológico e laboratorial” e no apoio ao desenvolvimento e às exportações.
Instalada na Quinta da Fonte Boa, nos arredores de Santarém, desde Julho de 1913, sucedendo à antiga Coudelaria Nacional que ali funcionou, a Estação Zootécnica Nacional (EZN) chegou a empregar mais de 700 trabalhadores. Nas últimas décadas atravessou, no entanto, vários problemas ligados à falta de investimento na renovação de instalações e equipamentos. Ocupa uma área de 240 hectares, situada próximo do Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) e está vocacionada para a investigação; para o desenvolvimento, transmissão e difusão do saber de natureza profissional e para a prestação de serviços técnicos à agricultura, agro-pecuária e agro-indústria.
Na década passada, no âmbito da elaboração do seu Plano Territorial Integrado Lezíria 2020, a CIMLT identificou como uma das fraquezas desta sub-região “a insuficiente rede de infraestruturas de investigação e desenvolvimento e de centros tecnológicos” e como uma das suas principais oportunidades “o alargamento das cadeias de valor da agricultura, à agro-indústria e às indústrias alimentares e a aposta no reforço das infra-estruturas tecnológicas actuais”.
Nesse sentido, surgiu o projecto de desenvolvimento deste Centro de Excelência para a Agricultura e a Agro-indústria (CEAAI). Em Dezembro de 2014 foi assinado um Memorando de Entendimento para a criação do CEAAI, que envolveu a Comunidade Intermunicipal da Lezíria Tejo, a Câmara e o Politécnico de Santarém, a Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant), o Agro-cluster do Ribatejo, as universidades de Lisboa e de Évora e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV). Estas mesmas entidades assinaram, em Abril de 2015, um protocolo de cooperação que estabelece os objectivos de referência para o CEAAI. Mas o processo de candidatura a apoios comunitários revelou-se demorado e só agora, quatro anos depois, é que o projecto foi definitivamente aprovado pelo Programa Operacional (PO) do Alentejo, no qual a Lezíria está integrada, para efeitos de acesso a fundos comunitários, com um financiamento de 5, 2 milhões de euros.