A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) acusou hoje o primeiro-ministro, Luís Montenegro, de tentar iludir os agricultores a propósito da reversão da extinção das Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), exigindo um esclarecimento cabal.
“O chefe do Governo, numa tentativa de iludir os agricultores, vem agora dizer que, afinal, a solução que tem para a extinção das DRAP – integradas nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) – é nomear um vice-presidente para as CCDR indicado pelo Ministério da Agricultura”, referiu, em comunicado.
Os agricultores dizem ainda que Montenegro tem, nos últimos dois meses, feito vários malabarismos para fugir a uma resposta sobre o “prometido regresso” das DRAP ao Ministério da Agricultura.
Em causa está uma resposta do primeiro-ministro, esta quinta-feira, no parlamento, sobre a extinção das DRAP.
Para a CNA, a resposta do primeiro-ministro deixa claro que o Governo não vai reconstituir as DRAP, tratando-se assim de uma “tentativa de enganar o setor agrícola e de uma grave falta à palavra dada”.
A confederação lembrou que o Governo, enquanto esteve na oposição, mostrou-se contra a extinção das DRAP, mas agora recorre a uma solução que chegou a ser anunciada pela anterior ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Os agricultores assinalaram ainda que a integração das DRAP nas CCDR tem dado provas de ser uma má decisão, destacando o “período caótico de candidaturas” às ajudas da Política Agrícola Comum em 2023.
A CNA reiterou assim a urgência de fortalecer o Ministério da Agricultura com recursos técnicos, humanos e financeiros e exigiu a rápida reposição das DRAP e um esclarecimento cabal do Governo.
A Lusa contactou o Ministério da Agricultura e aguarda uma resposta.
Luís Montenegro dá o dito por não dito e confirma a extinção das DRAP