A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considerou hoje inaceitáveis os cortes nos apoios às culturas hortícolas em regime de sequeiro, que prejudicam os rendimentos dos agricultores, e reclamou a sua revogação.
“Esta alteração, que não foi discutida com o setor, é feita já com muitas destas culturas instaladas no terreno”, referiu a CNA, em comunicado, salientando que “os agricultores já fizeram grande parte das despesas inerentes à produção e contavam com estes apoios para garantir algum rendimento, até para compensar o aumento dos custos de produção, sobretudo com fertilizantes”.
A confederação considerou, assim, inaceitável a entrada em vigor desta orientação técnica do Ministério da Agricultura e Pescas e reclamou a sua revogação nos pontos respeitantes à reclassificação dos apoios.
“A forma como os apoios agroambientais são atribuídos pode e deve ser revista, mas num contexto de discussão alargada e com entrada em vigor atempada, para que os agricultores possam tomar as suas decisões também de forma atempada e para não serem ainda mais penalizados nos seus rendimentos”, realçou a CNA.
A confederação acusou ainda o ministério de não dialogar com o setor, levando à tomada de “decisões erradas” que têm consequências no rendimento de “muitos milhares de agricultores”.
A Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) e a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) também manifestaram perplexidade e incompreensão relativamente a esta alteração e exigiram a sua reversão.