Apostar em big data ou small data, aceder à tecnologia a preços exequíveis, atrair especialistas em dados ou conciliar as soluções digitais com a regulamentação e a biologia e a zootécnica, são questões essenciais à promoção de uma agropecuária mais inteligente e eficiente e foram temas em foco na conferência ‘Smart Cattle: Inteligência Artificial e Agropecuária do Futuro’, promovida pelo Grupo Monte do Pasto, líder na criação de bovinos em Portugal – e uma marca que acaba de adotar uma nova imagem, agora apresentada (ver logótipo acima). A sessão decorreu na passada quarta-feira, 30 de abril, no âmbito da ‘41ª Ovibeja: +Agricultura + Futuro’, e contou com cerca de 150 participantes, sendo precedida por um show cooking à base de carne True Born pelo chef Pedro Sommer.
“Integração da tecnologia, mas sempre com um compromisso inegociável: as pessoas, o território e a sustentabilidade. Estes são alguns dos pilares da nossa identidade e igualmente o ponto de partida para este debate sobre a adoção da IA generativa e da robótica na produção agropecuária. Porém, um alerta prévio: esta não é apenas uma discussão sobre tecnologia, mas também sobre visão, inspiração e ação”, disse Clara Moura Guedes, CEO da Monte do Pasto.
Numa alocução dedicada à forma sobre ‘Como a IA, as Data Analytics e a Cloud estão a transformar o futuro da Agricultura’, Jorge Catalão, Enterprise Retail Executive da Google Cloud, começou por esclarecer que “vamos assistir a um aumento significativo da procura por alimentos até 2050, o que, a par com as alterações climáticas, vai ter um impacto também significativo sobre a produção agricultura e a pecuária”. Nesse sentido, recorrendo a exemplos de ferramentas e modelos preditivos já disponíveis, avança, “importa perceber como a IA generativa e os sistemas de dados podem ser aplicados para potenciar e otimizar os processos e as cadeias produtivas das empresas do agropecuário.”
Em jeito de introdução ao primeiro painel, ‘Criação de Valor com um Sistema de Gestão Agropecuária Inteligente e Sustentável Apoiada em IA, Robótica, Saúde Animal e Biotecnologia’, que moderou, Eduardo Diniz, Diretor Geral do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura, destacou que “estes tempos de transformação são muito importantes, pois temos de produzir mais com menos. E quando falamos em adoção de tecnologia, o que nos parece sempre auspicioso, temos, desde logo, de pensar nos temas biológicos e zootécnicos, na segurança alimentar ou no bem-estar animal, mas também de perceber se é escalável e economicamente viável”.
Já numa exposição intitulada ‘Como a IA e a Ciência dos Dados criam oportunidades para as Marcas’, João Matos, Diretor de Business Consulting – Customer Lead da EY, garantiu: “A IA já faz parte do nosso quotidiano e já está acessível aos negócios. Agora, perante um conjunto de aceleradores, o que precisamos de saber é como desenhá-la e aplicá-la e, mais, como potenciar as soft skills e o crescente papel de curadoria dos nossos colaboradores perante esta “nova realidade”. 2025 é o ano dos agentes, elementos de AI que apoiam e atuam lado-a-lado com as nossas equipas. E o que segue? O mundo autónomo. Agora, como é que a IA pode alavancar a agricultura e a agropecuária? Acima de tudo, a IA serve para descobrir, produzir ou fazer o que não era possível antes, introduzindo melhorias incrementais de otimização, inovação, transformação e, claro, criação de novos mercados.”
O debate promovido pela Monte do Pasto, que incluiu ainda um segundo painel dedicado temática ‘IA, inovação e a excelência da carne portuguesa na restauração global’ e uma masterclass dedicada à ‘IA Brand Revolution – E se pudesse criar uma marca poderosa em 24 horas?’, contou com uma diversidade de reputados empresários, especialistas e académicos, os quais, através da partilha de uma panóplia de experiências e testemunhos de atividade e setoriais, se juntou para refletir e contribuir ativamente para o futuro do setor agropecuário e agroalimentar em Portugal.
Fonte: Monte do Pasto