Hoje, dia 20 de março, celebra-se mais uma edição do Dia Mundial do Rewilding, data comemorativa que tem vindo a ganhar força nos últimos tempos a nível mundial para celebrar os esforços de renaturalização e restauro ecológico que as nossas paisagens precisam e têm sido alvo nos últimos anos.
Uma celebração desta nova abordagem de conservação de natureza, com provas dadas e robustas e que, no contexto português tem tido particular expressão na região do Grande Vale do Côa, através da Rewilding Portugal, que tem estado a apoiar nos últimos seis anos a recuperação e restauro ecológico de paisagens e ecossistemas, tornando-os mais selvagens e biodiversos.
Falamos de paisagens em que a natureza pode recuperar-se e regenerar-se por si mesma, trazendo ainda benefícios para quem nela vive, e providenciando assim serviços de ecossistema fundamentais e com repercurssões diretas positivas na vida das comunidades locais, seja aumentando o turismo de natureza, seja potenciando-se produtos naturais e endógenos de qualidade e únicos e garantindo ainda uma maior qualidade de vida para nós e a para as gerações que se seguem.
O rewilding (renaturalização) tem um papel fundamental para dar reposta à necessidade cada vez mais urgente de uma ação coletiva para restaurar os ecossistemas degradados da Europa. A recente aprovação da Lei de Restauro da Natureza pelo Parlamento Europeu representa um marco histórico para a reversão do declínio da biodiversidade e para a adaptação às alterações climáticas. Agora, é crucial que Portugal traduza esta legislação em normas nacionais eficazes e significativas, capazes de catalisar a recuperação de habitats e espécies.
E o rewilding pode e deve assumir a liderança nesse processo. Ao permitir que a natureza se regenere por si própria, com intervenções humanas mínimas e estratégicas, o rewilding pode acelerar a recuperação de ecossistemas e trazer de volta espécies-chave que desempenham papéis vitais no equilíbrio ecológico.
No Grande Vale do Côa, a reintrodução de herbívoros selvagens, como cavalos de raça Sorraia, já está a demonstrar a eficácia desses resultados, ajudando a prevenir incêndios florestais e a promover a biodiversidade. Ao criar corredores ecológicos que permitem a movimentação de espécies e a coexistência com atividades humanas, a Rewilding Portugal está empenhada em demonstrar como o rewilding pode de facto ser a resposta a anos de degradação.
Mas como demonstra o slogan deste ano, #RewildingJuntos, este movimento precisa de apoio e de trabalho em conjunto como tem sido feito pela Rewilding Portugal com inúmeros parceiros estratégicos por todo o território local, nacional e internacional. Para que possa ganhar ainda mais escala e gerar cada vez mais impacto por um Portugal mais selvagem.
Para celebrar esta data, a Rewilding Portugal realizou um dia de partilha de conhecimentos no último sábado, dia 15 de março. Passou o seu documentário “Côa Mais Selvagem” na sua unidade de alojamento local Centro Rewilding, realizou um almoço convívio e fez ainda uma visita guiada à sua área rewilding do Ermo das Águias, local onde os efeitos destas medidas de conservação já são bem visíveis. Marcaram presença vários elementos da equipa e também entusiastas de rewilding de vários pontos do país, para um evento que esgotou em poucos dias após ser anunciado.
Fonte: Rewilding Portugal