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– 27-12-2006 |
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Douro recebeu as grandes regi�es mundiais do vinho
O futuro das Denomina��es Hist�ricas no panorama vitivin�cola mundial esteve em debate no Congresso Internacional sobre �As Denomina��es de Origem Hist�ricas no Panorama Vitivin�cola Mundial� organizado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) em colabora��o com o Grupo de Estudos da Hist�ria da Viticultura Duriense. O evento foi composto por diversas sess�es tem�ticas, contando com a presença de investigadores, profissionais e representantes de instituições reguladoras e de promo��o das principais regi�es vit�colas hist�ricas. No Solar do Vinho do Porto, ao longo de dois dias, estiveram presentes diversas individualidades, designadamente os representantes das regi�es do Jerez, Bord�us e Champagne, bem como o Director Comercial para a Europa da Palandri Wines (Austr�lia), o Presidente da Jacques & Franãois Lurton e o Director do Comit� Nacional das Interprofiss�es Vit�colas francesas, entre outros. A organiza��o econ�mica da produ��o � que modelo associativo gerador de valor, foi a tem�tica que pautou a discussão do primeiro dia de debate. Entre os intervenientes deste painel, Jorge Dias (IVDP), Jos� Manuel dos Santos (UNIDOURO), Ant�nio Castanho (Cr�dito Agr�cola Consult), Ricardo Pires (Cr�dito Agr�cola Consult), Joaquim Morais Vaz (AVEPOD) e Cristiano Van Zeller (Douro Boys). A modera��o esteve sob a responsabilidade de Jorge Almeida, do IVDP. De reter, nesta discussão, nas informações apresentadas por Jorge Almeida, a actual contextualiza��o da Regi�o Demarcada do Douro: uma regi�o marcada pela diversidade e complexidade da sua estrutura fundi�ria, com 45000 hectares de vinha, onde 88% dos viticultores t�m menos de 2 hectares, 10% t�m entre 2 e 8 hectares e apenas 810 propriet�rios possuem mais de 8 hectares de vinha cultivada. Uma regi�o onde a denomina��o Porto continua a ser o suporte econ�mico das explora��es, mas que tem vindo a sofrer degrada��o de pre�os e de valor, devido aos aumentos de área benefici�vel e a quantitativos de atribui��o de benef�cio acima das necessidades do mercado. Uma Denomina��o Douro em expansão, e um Vinho de Mesa, a produzir anualmente excedentes de algumas dezenas de milhares de pipas. Significativa a diferen�a de valor, por litro, nos vinhos produzidos nesta regi�o. Porto, Douro, Regional Duriense, respectivamente, 4,32 euros; 3,31 euros; 0,91 euros. Se a isto acrescentarmos o facto de poderem ser excedent�rios 25% dos vinhos que este ano se produziram, e tendo em conta que os custos de produ��o rondam os 500 euros por pipa, ficaremos com uma ideia aproximada dos problemas que a regi�o atravessa, sobretudo no caso dos agentes produtivos e comerciais onde o IG Duriense e os excedentes de mesa t�m mais peso, como � o caso das Adegas Cooperativas. O associativismo cooperativo terá que reagir. Sujeito a uma forte pressão dos mercados e �s fragilidades da sua organiza��o social, terá que assumir uma evolu��o organizacional, marcada por cultura empresarial e gestáo profissional. Muito em breve, o pr�prio mercado seleccionar� e dar� continuidade a muitas destas organizações, se reestruturadas. Outras poder�o acabar por desaparecer, se persistirem na manuten��o de modelos de organiza��o ultrapassados, relativamente aos quais nenhum apoio que promova uma sustentabilidade artificial pode vir a ser poss�vel. Bem referenciada neste painel foi a experi�ncia individual e associada de produtores-engarrafadores independentes, organizada na AVEPOD, nos Lavradores de Feitoria e na Douro Boys. A matriz comum a esta área de neg�cio tem a ver com os nichos de mercado e com vinhos de qualidade alta e de topo, comercializados a pre�os m�dios-altos e altos. A ideia sublinhada por v�rios oradores, foi a de que existe ainda uma margem significativa de crescimento neste segmento, e que a replica��o na regi�o das experi�ncias mais bem sucedidas, para além de constituir uma boa contribui��o para a criação de valor na regi�o, dar� sustentabilidade econ�mica a muitas explora��es agr�colas, actualmente em perda cont�nua de rendimento. A diversidade e a individualidade do vitivinicultor duriense são marcas da tipicidade da regi�o, face �s quais os modelos de organiza��o associativa não podem deixar de respeitar. Mas se na gama da qualidade e excel�ncia, as quantidades produzidas não são uma exig�ncia para o sucesso nos mercados, j� os vinhos de gama media baixa e baixa, onde, de ano para ano, se v�o acumulando excedentes, o panorama � bem diferente, e exigem um modelo de comercializa��o em escala. Mas o paradigma dos vinhos do Douro � a qualidade, � a excel�ncia. �não podemos competir pelo pre�o. Temos custos de produ��o muito mais elevados. Na competi��o, em escala, não estamos posicionados para fazer os melhores neg�cios. Um associativismo dirigido ao neg�cio de nicho foi reafirmado como a melhor sa�da para muitos vitivinicultores para a criação de valor�, diz Jorge Almeida. Este segmento tem ainda uma significativa margem de expansão. Como sobreviver no mercado mundial foi outro dos assuntos que esteve na mesa do congresso. A modera��o da responsabilidade de George Sandeman (Vice-Presidente do Conselho Interprofissional IVDP) para um painel internacional: Rupert Bull – Director Comercial para a Europa da Palandri Wines (Austr�lia); Franãois Lurton – Presidente da Jacques & Franãois Lurton ; Jorge Pascual – Presidente do Conselho Regulador de Jerez; Roland Feredj – Director-geral do Comit� Interprofissional dos Vinhos de Bord�us. George Sandeman apresentou seis passos para assegurar a sustenta��o do neg�cio no mercado mundial: produzir o que se vende (Escutar o consumidor, Consist�ncia na qualidade, Factor �Sabor�); rotulagem clara e facilmente compreendida pelo consumidor; educa��o do consumidor (Marketing baseado no car�cter único do �terroirá, da tipicidade e do estilo do vinho); vender com confian�a (Orgulho no que vendemos, Acreditar no produto); ganhar dinheiro e trabalhar em equipa. No segundo dia do congresso, a reforma da OCM e os acordos bilaterais, chamaram ao debate moderado por Jorge Monteiro, Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, Alexandra Catal�o (Comissão Europeia – Direc��o Geral da Agricultura), Ant�nio Fernandez-Matos (Comissão Europeia – Direc��o Geral do Com�rcio), J�r�me Agostini (Centro Nacional das Interprofiss�es Vit�colas Francesas), Charles Goemaere (Jurista do Comit� Interprofissional dos Vinhos de Champagne), Jorge Pascual (Presidente do Conselho Regulador de Jerez), Roland Feredj (Director-geral do Comit� Interprofissional dos Vinhos de Bord�us) e Alberto Ribeiro de Almeida (Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto). As conclus�es deste painel dividem-se em duas: a) A reforma da Organiza��o Comum do Mercado Vitivin�cola (OCM). Obteve-se um quadro rigoroso da situa��o actual do com�rcio europeu e mundial dos vinhos, bem como da proposta da Comissão Europeia. A agressividade comercial do �Novo Mundo� e a liberaliza��o do mercado foi especialmente salientado. No plano do potencial de produ��o defendeu-se a manuten��o do regime dos direitos de plantação e no que respeita aos mecanismos de mercado defendeu-se a manuten��o dos apoios ao �lcool de boca pelos efeitos positivos que pode ter na protec��o do ambiente No que concerne �s organizações interprofissionais salientou-se a necessidade de incrementar o seu papel e os mecanismos de regula��o da oferta e da procura (uma regula��o colectiva através de autoridades regionais) de modo a assegurar a estabilidade do mercado. A qualidade e a identidade dos vinhos com denomina��o de origem deve ser preservada através de mecanismos de controlo e de protec��o de modo a garantir a sua competitividade. A disciplina do sector vitivin�cola não pode ser desenquadrada dos objectivos do desenvolvimento rural e da protec��o do meio ambiente constantes da Pol�tica Agr�cola Comum. No que respeita � tutela das denomina��es de origem e das indica��es geogr�ficas foi consensual a necessidade da futura OCM se preocupar, em especial, em proteger o prestágio e a grande reputa��o de que gozam alguns daqueles direitos de propriedade industrial. A proposta da Comissão Europeia � tal como agora apresentada � demonstrando um pendor liberalista, esvazia o sentido de alguns acordos bilaterais (nomeadamente com os EUA) na medida em que j� efectua as concess�es que deveriam ser negociadas na segunda fase daquele acordo bilateral. b) Os acordos bilaterais. Os acordos bilaterais relativos ao com�rcio de vinho t�m inclu�do disposi��es sobre a protec��o das denomina��es de origem e indica��es geogr�ficas. Estamos perante um instrumento essencial para colmatar as insufici�ncias dos acordos multilaterais, como sejam a Conven��o da União de Paris, o acordo de Lisboa de 1958 sobre a protec��o das denomina��es de origem e o seu registo internacional, o acordo de Madrid de 1891 sobre a repressão das falsas e falaciosas indica��es de proveni�ncia e o acordo TRIPs conclu�do no quadro da Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC). Sublinhou-se, em especial, as vantagens e as insufici�ncias deste acordo TRIPs na protec��o das indica��es geogr�ficas, bem como a necessidade de ser estabelecido um registo multilateral no ambito da OMC. No plano do direito comunitário � e no que respeita �s denomina��es de origem vin�colas � acentuou-se a necessidade de uma protec��o eficaz no dom�nio da reforma da OCM. Por fim, centrou-se a análise no acordo bilateral conclu�do recentemente entre a União Europeia e os EUA sobre o com�rcio de vinho e em que as denomina��es de origem europeias não obtiveram a protec��o merecida. Este acordo tem sido objecto de diversas cr�ticas e não pode servir de modelo para o futuro.
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