Os empresários moçambicanos alertaram hoje para a possibilidade de escassez de produtos agrícolas no sul do país nas próximas semanas, devido às consequências das sucessivas inundações, admitindo por isso subida dos preços.
“Vamos tentar gerir da melhor forma junto do ministério e também das instituições que fazem a monitoria para que isso não aconteça. Mas sabem que é uma realidade e é difícil fugirmos àquilo que é a realidade. A escassez de produtos traz sempre esta situação”, afirmou, em conferência de imprensa, em Maputo, a vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Maria Assunção Abdula.
A província de Maputo, e outras regiões do sul de Moçambique, tem sido afetada no último mês por sucessivas chuvas e ventos fortes, que provocaram várias inundações, condicionando diversas atividades.
“A CTA encontra-se também a fazer um levantamento dos danos e prejuízos junto do setor empresarial. Indicações preliminares dão conta da existência de enormes prejuízos na forma de destruição de culturas agrícolas, estabelecimentos comerciais e maquinaria, vias de escoamento, entre outros. Facto que faz antever que a oferta normal de bens alimentares como hortícolas, nas próximas semanas sejam condicionadas na região sul do país”, apontou.
Acrescentou que, sendo esta “uma situação em que vai haver redução da disponibilidade de produtos agrícolas”, será de esperar alterações nos preços.
“É uma situação que nós temos estado, enquanto CTA, sempre a pedir para que o empresariado tente manter. Mas é algo que muitas vezes não é possível”, admitiu a vice-presidente.
Maria Assunção Abdula deu o exemplo do setor da banana, em que as receitas de 2024 “já estão altamente comprometidas”.
“Devido a chuvas excessivas e ventos que, para além de causarem estragos diretos, a queda de plantas e comprometimento dos respetivos rebentos (…) estão também a proporcionar a emergência de muitas pragas”, apontou.