Chuvas torrenciais provocaram seis mortos, deixaram estradas e linhas ferroviárias intransitáveis e provocaram inundações nas regiões de Valência, Múrcia e Andaluzia.
Chuvas torrenciais no sul de Espanha são “situação dramática”
Segundo a delegação valenciana da Agência Meteorológica do Estado (Aemet) o temporal é o mais grave registado nos últimos 140 anos em Alicante e Múrcia, tendo acalmado desde domingo.
No entanto, as cheias continuam a provocar estragos no sul de Espanha.

Os meteorologistas chamam “gota fría” ao fenómeno temporal que tem arrasado a “horta da Europa” do sudeste espanhol.
O fenómeno meteorológico acontece quando uma frente de ar polar frio choca com ar quente e húmido do mar Mediterrâneo.
As chuvas torrenciais que persistem em Espanha e já fizeram seis mortos obrigaram a centenas de novas evacuações durante o fim-de-semana, avança o jornal “El País”.
Segundo o Ministério do Interior, cerca de 3.500 pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas por causa do mau tempo no sudeste de Espanha.
Depois de três dias cercados por água, Orihuela (Alicante), com 75 mil habitantes, conseguiu reabrir os canais de comunicação, no domingo.
Ainda é cedo para quantificar os danos causados pelas cheias, a mais catastrófica desde 1879, quando mais de mil pessoas morreram em Múrcia e Orihuela, de acordo com a delegação valenciana da Agência Meteorológica do Estado (Aemet), mas as primeiras previsões não são positivas.
A estimativa inicial da Associação de Jovens Agricultores (Asaja) de Alicante aponta para uma perda de cerca de 150 mil hectares de colheitas de cítricos, vegetais e uvas, entre Elche e Pilar de la Horadada.
Em Múrcia, o Sindicato dos Pequenos Agricultores e Pecuária (UPA) teme que se perca a mesma área que em Alicante, devido à quebra das infraestruturas de irrigação e inundações.
O presidente valenciano, o socialista Ximo Puig, anunciou, este domingo, a sua ideia de reivindicar “uma espécie de plano Marshall” de ajuda às zonas afetadas.
Em Orihuela, onde o presidente se deslocou na quinta-feira da última semana, Puig especificou que o plano deveria incluir o apoio do governo espanhol, da EU e das restantes administrações.