A Europa enfrenta atualmente um ressurgimento preocupante da Febre Aftosa (FA) com surtos já confirmados em vários países. É neste seguimento que a Federação de Veterinários da Europa (FVE) apela à necessidade de uma vigilância rigorosa e à notificação imediata de casos, de forma que seja contida a propagação desta doença altamente contagiosa.
Em janeiro de 2025, a Alemanha reportou um surto de FA envolvendo três búfalos, todos os quais morreram. O sequenciamento genético revelou uma correspondência com outro surto detetado anteriormente na Turquia, em dezembro de 2024, e previamente em países como o Irão, Índia e Nepal.
Na Hungria, o primeiro caso em mais de 50 anos foi identificado em março de 2025, levando à implementação de medidas rigorosas, incluindo a mobilização de militares e a introdução de pontos de desinfeção nas fronteiras e saídas de autoestradas. A Eslováquia, após detetar infeções em várias explorações, declarou emergência e intensificou os esforços de contenção.
Em resposta aos surtos nos países vizinhos, a Áustria anunciou que iria encerrar várias passagens fronteiriças com a Hungria e a Eslováquia, a partir de 5 de abril, visando prevenir a entrada da doença no país.
Neste âmbito, a Organização Mundial da Saúde Animal (WOAH) publicou infografias que explicam como reconhecer a doença e quais os três princípios-chave para proteger os animais da FA.
Assim, para prevenir o aparecimento da Febre Aftosa, a WOAH recomenda controlar e monitorizar o acesso de visitantes e funcionários aos estábulos, adquirir animais apenas de fontes confiáveis, isolar novos animais adquiridos por pelo menos duas semanas e observar o seu comportamento clínico, limpar frequentemente os estábulos e manter uma boa higiene.
Além disso, a Organização sugere limpar regularmente os comedouros, bebedouros e outros equipamentos, assim como recomenda aos cuidadores lavar sempre as mãos, calçado, roupa e ferramentas após manusear os animais.
Além disso, o documento enfatiza a importância da vacinação, recomendando uma vacinação primária de duas doses: a primeira aos 3 ou 4 meses de idade e a segunda 3 a 4 semanas depois, seguida de vacinações regulares a cada 6 meses.
De acordo com a DGAV, a Febre Aftosa é uma “doença muito contagiosa” provocada por um vírus que afeta os bovinos, ovinos, caprinos, suínos e outros animais bi-ungulados (javalis, cervídeos, muflões, antílopes, búfalos). A FA é caraterizada pela formação de vesículas dolorosas e erosões dentro da boca, focinho, tetos e patas. A mortalidade é baixa nos animais adultos, mas podem ocorrer mortes em leitões, vitelos e cabritos.
O artigo foi publicado originalmente em Vida Rural.