
A FENAREG apresentou na Feira Nacional de Agricultura uma proposta de estratégia para as políticas públicas de regadio até 2050, estimando que será necessário investir 1.700 milhões de euros no período 2021-2027 para modernizar o regadio nacional.
O Ministro da Agricultura, que presidiu à sessão de encerramento do evento, afirmou que irá “apreciar com a atenção que merece este importante estudo da FENAREG, na certeza de que haverá contributos que serão tidos em conta pelo Governo”. Luís Capoulas Santos garantiu ainda que o país e o setor terão nele um aliado para que a fasquia dos 750 milhões de euros possa ser ultrapassada, “depois de fundamentada a sua necessidade com estudos concretos como este que foi apresentado pela FENAREG”.
O governante referia-se à verba prevista no âmbito Programa Nacional de Investimentos 2030, que dedica apenas 2% do seu orçamento ao desenvolvimento do regadio, ficando a menos de metade da verba considerada necessária pelos regantes representados pela FENAREG.
O presidente da FENAREG, José Núncio, salientou que “o apoio do regadio é o grande desafio em que todos nos devemos envolver, recorrendo às diferentes origens potenciais de financiamento identificadas no estudo, mas julgamos que o setor do regadio merece e responderá a este estímulo, fundamental para a coesão do território, para o crescimento da economia e para o bem-estar da população portuguesa”!.
Já o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, presente na sessão de encerramento, afirmou que o estudo apresentado pela FENAREG «tem uma componente técnico-científica muito expressiva e essa é a base que nos dá a força para exigirmos que o setor do regadio seja aceite como a verdadeira ferramenta que permite potenciar o combate à desertificação e às alterações climáticas nas atuais e futuras áreas de regadio”. Eduardo Oliveira e Sousa classifica o estudo como “um passo gigante no sentido de provar aos organismos públicos que o setor não se conforma com a velocidade que está implementada no Programa Nacional de Investimentos 2030 no que se refere ao investimento no regadio nos próximos anos”.
Luís Capoulas Santos encerrou a sessão afirmando que “não é possível ter uma agricultura competitiva, com a vocação exportadora que está a ter, sem termos regadio e sem aproveitarmos todas as nossas potencialidades”. Ao mesmo tempo apelou: “é importante que haja da parte do setor uma posição forte, permanente e esclarecedora junto da opinião pública para que seja mais fácil ao poder político lutar por este tema”.
Na sessão estiveram presentes representantes de 250.000 hectares de regadio, quase metade do regadio nacional.