
Três grandes reacendimentos estão nesta altura a preocupar os bombeiros que combatem os incêndios de Sertã, Vila de Rei e Mação, onde se vive a pior situação. Os incêndios ativos desde sábado já causaram 20 feridos – oito bombeiros e 12 civis, um deles com gravidade e que se encontra internado na unidade de queimados do Hospital de São José, em Lisboa.
Casas da Ribeira, Cardigos, São João do Peso e Freixoeiro são as piores frentes, num fogo que mantém cortada a estrada nacional 348. Na Sertã, os bombeiros procederam a um reforço de meios “rigoroso” para a vila de Cernache do Bonjardim, incluindo o envio de veículos de combate a fogos urbanos.
Há nove localidades em que a situação é considerada mais complicada. Cruz do Fundão, Pombas, Rolã e Cardiga Fundeira no concelho da Sertã, Fundada e Sarnadas em Vila de Rei, além de Amêndoa, Robalo e Cardigos em Mação. A esta última aldeia o fogo já chegou.
A GNR mandou evacuar a praia fluvial de Cardigos, em Mação, devido à rápida aproximação das chamas ao local e ao centro da localidade. Segundo a Lusa, por volta das 16 horas, viam-se várias viaturas a abandonarem a praia fluvial, a fazer sinal de luzes e a buzinar para que os carros que seguiam em sentido contrário fizessem inversão de marcha.
Além dos reacendimentos em Vila de Rei, também o incêndio na Sertã, em Cernache do Bonjardim se reacendeu esta tarde, depois de sido dado como dominado durante a madrugada. Segundo a Proteção Civil, citada pela agência Lusa, estão cortadas ao trânsito a estrada nacional 2 (EN2), entre Vila de Rei e Fundada, além da EN 244, EN 244-1 e EN 348.
“Está a arder o que tinha escapado aos fogos de 2017”, avisam os bombeiros. Para além destes há outros cinco reacendimentos a preocupar o comando da Proteção Civil. Às 16h40, segundo a informação disponível no site da Proteção Civil, estavam mais de 1200 operacionais no terreno, apoiados por 370 viaturas e 15 meios aéreos, embora alguns estejam a proceder a reabastecimentos. Operam ainda seis máquinas de rasto, que abrem aceiros para travar o fogo.
“As mudanças de vento e o aumento da intensidade ditaram estes reacendimentos, que começaram a surgir perto das 16 horas e que estão a ser difíceis de debelar, sobretudo devido ao imenso calor que se faz sentir”, conta um dos comandantes de um grupo de socorro.
Em Mação, concelho reduzido a uma área de apenas 20% de floresta depois dos fogos de 2017, as chamas estão a consumir o que restou dos incêndios dos anos anteriores e encaminham-se para o concelho de Abrantes, embora estando ainda longe.
UE oferece ajuda
A União Europeia já disse estar disponível para ajudar. “A pedido de Portugal estamos a produzir mapas satélite para os incêndios florestais que afetam a região de Castelo Branco. Estamos a acompanhar de perto a situação. A UE está pronta para fornecer mais ajuda”, publicou este sábado no Twitter o comissário europeu para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Christos Stylianides.
O Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS) tem estado a divulgar alguns desses mapas no Twitter, onde já é possível perceber a dimensão da área ardida nestes fogos e a sua proximidade em relação ao que ardeu nos incêndios de 2017.
[artigo em desenvolvimento, atualizado às 17h59]