A APIC atingiu esta semana o número redondo de 100 associados!
Aliás ultrapassou, já somos 101 associados!
Estamos todos de parabéns! Sobretudo, os que perceberam que faz sentido pertencermos a uma organização, e que teremos mais força se a associação for forte!
A tipologia dos associados é diversa (sala de desmancha, salsicharia, matadouros), mas a maioria não tem abate, e estes terão certamente menos sensibilidade para perceber o problema irresolúvel da falta de inspetores sanitários em Portugal.
Contudo, as empresas que se dedicam ao abate, sabem do que falo, sentem na pele, o stress diário de não saberem se podem abater o número de animais que precisam para fornecer a carne aos seus clientes ou para prestar o serviço de abate!
É a guerra das cadeiras, uns têm sempre inspetores e podem organizar-se, outros, perdem, sublinho, perdem, o seu precioso tempo a tentar conseguir um inspetor para garantir que o abate que precisam para fornecer a cadeia de distribuição sua cliente, sabendo que esta irá cobrar caro, se não for abastecida com a carne que precisa.
Poderia dar-se o caso, da inspeção sanitária ser um serviço gratuito, uma simpatia do estado, mas não, desenganem-se, é um serviço muito caro, sem o qual não se pode laborar nos matadouros e que ainda por cima é um serviço que não se consegue obter de ânimo leve! Que país é este em que vivemos? Em que a atividade privada depende da presença do estado e este, cobra a preço ouro, mas não presta o serviço por falta de trabalhadores?
Mas ninguém vê isto? Será que os dirigentes superiores da administração pública e os respetivos governantes não conseguem perceber que a falta de inspetores maniata a atividade dos matadouros, ficando estes menos competitivos que os empresários aqui ao lado, nomeadamente os espanhóis? Quando ainda por cima estes com facilidade colocam a carne no nosso mercado?
Será que os governantes deste país conseguem dormir em paz, sabendo que nada fizeram, ao longo destes últimos anos, para permitirem a viabilidade dos matadouros?
A APIC tem escrito cartas, comunicados, reflexões, enviado emails, participado em entrevistas de televisão, da rádio, da imprensa escrita, bem como tem alertado em fóruns públicos para as consequências desta falta de inspetores na atividade dos matadouros.
A APIC, tem contactado múltiplas vezes, a DGAV, o Ministério da Agricultura e Alimentação e mesmo o Gabinete do Primeiro-ministro, solicitando medidas e apresentando também propostas! Mas o problema arrasta-se sem solução, diria, arrasta-se Ad eternum!
Nada, mas mesmo nada, acontece, embora o valor da taxa de inspeção sanitária paga pelos matadouros seja mais que suficiente para cobrir os custos com a inspeção sanitária. De que estamos à espera?
Senhores governantes tenham vergonha!
Se o estado não consegue, que privatize!
Fonte: APIC