Uma equipa de cientistas em Espanha alcançou avanços significativos na compreensão dos mecanismos moleculares e na melhoria genética do sorgo. Os estudos, recentemente publicados em três revistas científicas de renome, destacam-se pelo seu impacto na agricultura sustentável e na segurança alimentar global.
O sorgo é o quinto cereal mais cultivado no mundo e tem vindo a ganhar destaque devido à sua elevada resistência a condições adversas, como a seca. Esta característica torna-o uma opção essencial para regiões áridas e semiáridas, onde a escassez de água compromete a produção agrícola. Na Europa, a aposta no sorgo tem aumentado significativamente, com um crescimento de 57% na produção na última década, impulsionado por iniciativas da União Europeia que promovem culturas resilientes às mudanças climáticas.
Três descobertas revolucionárias
Três estudos publicados pela equipa do CRAG – Centro de Investigação em Agrigenómica, em Barcelona, Espanha, abordam diferentes aspetos da biotecnologia do sorgo:
- Maior resistência à seca – O primeiro estudo, publicado na Plant Biotechnology, revela que mutações na proteína SbBRI1 alteram o metabolismo das plantas, conferindo maior resistência à seca. Esta descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de variedades de sorgo mais resistentes às alterações climáticas.
- Melhoria da edição genética do sorgo – O segundo estudo, publicado na The Plant Journal, apresenta um novo método para transformar geneticamente o sorgo com maior eficiência. Esta inovação permitirá acelerar o desenvolvimento de variedades melhoradas, aumentando a produtividade e a adaptação a condições adversas.
- Desenvolvimento das raízes e crescimento da planta – O terceiro estudo, publicado na New Phytologist, analisa o papel da proteína SbBRI1 no desenvolvimento das raízes do sorgo, essencial para o crescimento saudável das plantas e para a sua capacidade de absorver nutrientes e resistir ao stress ambiental.
Impacto na segurança alimentar global
Estas descobertas não só impulsionam a produtividade do sorgo, como também podem ser aplicadas a outras culturas essenciais, como o milho, o trigo e o arroz, que possuem vias de sinalização semelhantes. Assim, esta investigação abre caminho para uma agricultura mais sustentável e resistente às mudanças climáticas, promovendo a segurança alimentar num contexto global de crescente incerteza climática.
Os avanços científicos do CRAG colocam o sorgo no centro das soluções para o futuro da alimentação, garantindo colheitas mais produtivas e sustentáveis para milhões de pessoas em todo o mundo.
Saiba mais no site do CRAG – Centro de Investigação em Agrigenómica.
O artigo foi publicado originalmente em CiB – Centro de Informação de Biotecnologia.