Investigadores do MARE – Centro de Ciências do Mar e Ambiente, da Universidade de Lisboa, revelaram o enorme potencial das bolotas para as economias mediterrânicas. O estudo, publicado na revista internacional Sustainability, destaca as diversas aplicações deste fruto, que vão desde a indústria alimentar e têxtil até à economia circular e descontaminação das águas.
As bolotas, frutos dos carvalhos, são parte integrante da identidade mediterrânica e têm sido subvalorizadas, apesar do seu crescente interesse comercial. Tradicionalmente usadas na alimentação do gado e na medicina, as bolotas estão a ganhar espaço na indústria alimentar moderna, sendo utilizadas em produtos como iogurtes, bebidas vegetais, e até como substituto do café devido às suas propriedades antioxidantes.
Além da alimentação, a bolota tem mostrado grande potencial na cosmética, com produtos ricos em ácidos gordos e compostos fenólicos. As suas aplicações estendem-se ainda à economia circular, com usos na indústria têxtil, biocombustíveis, e rações mais sustentáveis para animais.
Em Portugal, as áreas cobertas por sobreiros e azinheiras representam um terço da área florestal do país, com uma produção anual significativa. No entanto, grande parte desta produção permanece subutilizada. Os investigadores apelam a uma maior valorização e exploração das bolotas, destacando os seus benefícios para a saúde humana e animal, bem como para a sustentabilidade ambiental.
O estudo conclui que, com o investimento adequado em investigação e desenvolvimento de técnicas de processamento, a bolota pode tornar-se um recurso valioso para diversificar e fortalecer as economias locais mediterrânicas.
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O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.