
São visíveis ao longo do concelho de Mação os postos de telecomunicações queimados no chão. E os efeitos fazem-se sentir ao nível das comunicação, principalmente à medida que os dias de fogo se vão somando.
“A rede fixa ardeu toda, praticamente não temos Internet e a rede nos telemóveis é muito pouca. Acresce que também desviam o sinal para o SIRESP ter maior largura de banda”, diz ao Expresso António Louro, vice-presidente da Câmara Municipal de Mação.
O fogo que desde o fim de semana lavra no concelho – e que “foi mais violento na fase inicial do que o de 2017 – veio de fora, de outros concelhos.
“Há 24 anos que Mação não exporta fogos, devido a várias medidas que temos tomado ao longo dos anos, fomos o primeiro concelho a ter um gabinete florestal, mas recebemos nos últimos anos 13 grandes incêndios que chegaram completamente descontrolados”, continua.
Depois de um dia de combate intenso, em que as chamas voltaram a aldeias que já tinham sido fustigadas durante o fim de semana, a chuva trouxe alguma tranquilidade durante a noite. Mas foi a terra queimada – do grande incêndio que atingiu o concelho há dois anos – que conteve a progressão do fogo atual.
Apesar da devastação – todos os anos, todos os dias, Mação se vai tornando numa terra mais negra -, ainda há alguns hectares que podem ser vítimas do fogo.
“A nossa preocupação à tarde é que o incêndio tem 55 km de perímetro e há muitos focos de fumo com material ao pé que pode arder. Se isso acontecer, e a zona for de acesso mais difícil, pode reacender-se e quando lá chegarem os bombeiros ser mais difícil de apagar. As altas temperaturas e o vento preocupam-nos. O fogo em Mação só acaba quando o concelho arder mesmo todo”, frisa.