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– 26-02-2007 |
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Nitrofuranos: Maior crise do sector av�cola j� foi esquecida pelos consumidoresA crise dos nitrofuranos ainda � lembrada pelo sector av�cola como a "pior de sempre", embora os consumidores pouco se recordem da subst�ncia proibida que h� quatro anos fez voar frangos e perus dos pratos dos portugueses. O an�ncio da detecção de uma subst�ncia proibida e potencialmente cancer�gena em 43 explora��es de aves em Portugal, feito em 26 de Fevereiro de 2003, levou imediatamente a uma quebra de 50 por cento na produ��o e na venda de aves. Produtores, vendedores e respons�veis da restaura��o contactados agora pela agência Lusa referem-se a esta crise como "a pior de sempre" e consideram que a gripe das aves não tem uma influ�ncia compar�vel � dos nitrofuranos. "Hoje os consumidores são menos influenciados pelos alarmismos. No caso dos nitrofuranos as quedas de consumo foram dram�ticas", recordou � Lusa Fernando Correia, que era na altura presidente da associa��o do sector, a ANCAVE. Para Fernando Correia, os avicultores foram "v�timas de muitas cal�nias e da falta de prepara��o de quem tem obriga��o de testar as condi��es dos produtos". "Pagamos uma taxa para ter inspectores sanit�rios em perman�ncia nas explora��es. No caso dos nitrofuranos, foi o Estado que veio dizer que o mesmo produto inspeccionado por entidades oficiais não estava em condi��es", indignou-se o Fernando Correia, dirigente de uma das maiores associa��es de criadores de aves, a Socampestre. A t�tulo de exemplo, referiu que a sua empresa paga uma média anual superior a 70 mil euros pela inspec��o sanit�ria oficial. Para este avicultor, "o Estado tem de perder todas as ac��es" que pelo menos 15 produtores interpuseram em tribunal, reclamando 12,5 milhões de euros de indemniza��es. Considerou ainda que o ministro da Agricultura do governo social-democrata de ent�o, Sevinate Pinto, veio colocar sob suspei��o as mais de quatro mil explora��es de aves existentes no país. Fernando Correia lamentou Também que esta crise "não tenha passado de uma especula��o". "No final de tudo, um relatério do Ministério da Agricultura veio dizer que foram encontrados nitrofuranos com doses superiores a 10 microgramas por quilo em apenas cinco explora��es", relatou, lamentando ainda que "ningu�m tenha sido julgado por isto". Contactado pela Agência Lusa, Sevinate Pinto escusou-se a fazer coment�rios sobre o assunto. Por seu lado, o ent�o presidente do Laboratério Nacional de Investiga��o Veterin�ria (LNIV), Alexandre Gallo, não tem d�vidas sobre os resultados das análises efectuadas. "A lei dizia que não pode haver qualquer quantidade de nitrofuranos. A lei era absolutamente taxativa. Haver mais do que zero j� era um il�cito", afirmou � Lusa. "A parte laboratorial foi toda bem feita e as análises chegaram a ser confirmadas por laboratérios no estrangeiro. Estas análises surgiram na sequ�ncia de uma determina��o da Comissão Europeia para todos os estados-membros", acrescentou. Alexandro Gallo sublinhou não ter d�vidas quanto aos resultados encontrados nas análises e quanto ao facto de constituir "um il�cito". De acordo com o Relatério Final sobre os res�duos de nitrofuranos em Portugal, de Outubro de 2003, foram destru�dos mais de 1,5 milhões de aves e mais de 250 toneladas de carne foram retiradas do mercado. Em seis meses, a crise dos nitrofuranos custou ao Estado mais de 300 mil euros s� em análises e recolha de amostras. Apesar do rombo nas vendas, Fernando Correia orgulha-se de o sector ter "conseguido recuperar sozinho" e exemplifica com o facto de "em plena crise" terem come�ado a exportar para o centro da Europa. "As empresas conseguiram sobreviver gra�as a m�rito pr�prio, gra�as � organiza��o da fileira", sublinhou o avicultor, escusando-se a revelar se alguma empresa chegou a falir na sequ�ncia desta crise. Também os retalhistas ainda t�m presente na mem�ria o desfalque causado pelos nitrofuranos. "Essa crise foi bem maior do que agora com a gripe das aves. Em rela��o � gripe das aves as pessoas fazem perguntas mas sabem que podem comer carne cozinhada. Com os nitrofuranos houve uma grande queda nas vendas", disse � Lusa Marta Cardoso, respons�vel do talho Extracarnes, em Benfica. Na churrasqueira Tendinha 1, o gerente ainda recorda a quebra de "mais de 50 por cento" que sentiu nas vendas "de um dia para o outro". O director-geral do grupo dos restaurantes Sr. Frango da Guia recordou � Lusa o "abalo forte" na sequ�ncia do an�ncio de Fevereiro de 2003, mas disse que "as pessoas j� esqueceram completamente" essa crise. "O problema estava a passar-se em Portugal, ao contrário da gripe das aves, e as pessoas reagiram fortemente, abandonando o consumo de carne de aves", lembrou. Em Portugal produzem-se cerca de cinco milhões de aves por semana e cada habitante consome, em média por semana, meio quilo deste tipo de carne, que � a preferida dos consumidores portugueses. Os nitrofuranos são um antibi�tico que está proibido na União Europeia desde 1995 e que � por vezes usado ilegalmente para prevenir doen�as e promover o crescimento dos animais. Pode ter efeitos na Saúde humana, quando existem em grandes quantidades na carne e quando o seu consumo � continuado. Em Maio de 2003, o ministro da Agricultura dava a crise dos nitrofuranos como terminada, depois de várias análises terem dado resultados negativos.
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