Pela região demarcada, continuam a surgir projetos enoturísticos, de hotéis vínicos a adegas, que se destacam pela arquitetura
Ainda está pouco explorado, mas não faltam beleza e imponência a este vale que acompanha o rio Corgo. O MW Douro Hotel surge envolvido pelos vinhedos em socalco, com a serra do Marão no horizonte. O edifício de linhas modernas e minimalistas foi construído de raiz, por iniciativa de um privado que quis criar o primeiro cinco estrelas de Santa Marta de Penaguião. Inaugurado no verão de 2019, sofreu com os percalços da pandemia e, no final 2021, o grupo Trius Hotels tomou conta da gestão hoteleira. Na reabertura, a 15 de fevereiro, ganhou novo nome e uma refrescadela na decoração.
Com 40 quartos, duas suítes juniores e duas presidenciais, oferece áreas amplas, com a decoração a remeter para o mundo vinícola. Pelas cinco da tarde, há sempre provas de vinhos (sujeitas a inscrição), mas também se organizam provas privadas para vinhos de categorias superiores. “A nossa carta, com 80 referências, recorre a produções no raio de 30 quilómetros, muitas delas são vinhos orgânicos e naturais”, aponta Nuno Miranda, o diretor. No Aqua Duorum Spa, apostaram na vinoterapia e nos tratamentos com azeite, e organizam ainda visitas a quintas, passeios pelas aldeias vinhateiras, cruzeiros no Douro e muito mais. Já no restaurante D’Vino, privilegiam-se os produtos locais e sazonais, dando a pratos regionais uma nova roupagem.
É preciso saltar para a margem esquerda do rio para avistar a Quinta de S. Luiz, em Tabuaço, com 125 hectares (90 de vinha) demarcados pelos muros caiados a branco, um “Douro sublinhado”, como gostam de caracterizar. “Lançamos a marca S. Luiz em 2021, porque queríamos valorizar os vinhos tranquilos que aqui produzimos e diferenciá-los do catálogo da Kopke [a marca mais antiga de vinhos do Porto, fundada em 1638]”, explica o enólogo Ricardo Macedo. A produção começou em 2006, quando a Sogevinus – além da Kopke, o grupo é detentor das marcas Barros, Burmester, Velhotes, Cálem e Quinta da Boavista – adquiriu a propriedade à empresa Barros Almeida. Na visita à adega-boutique, Ricardo fala da seleção cuidadosa das uvas, dos modelos exclusivos de cubas e de como esta aposta nos vinhos DOC tem sido consistente. “O turismo é mais uma componente e para a marca faz toda a diferença. As pessoas gostam de saber como é a produção”, aponta.
Os visitantes podem acompanhar os passos da produção e conhecer os pontos de interesse, como a Casa do Alambique, a vinha da Rumilã, os antigos lagares, as típicas “Ginas” (balões de armazenamento de vinho em cimento) ou a capela de Santa Quitéria. E o que se […]