A amendoeira foi uma das primeiras árvores de fruto a ser domesticada. Na base do sucesso comercial desta cultura encontra-se a ecologia desta árvore e as características nutricionais e tecnológicas da amêndoa. Esta cultura tradicionalmente ocupava as terras marginais em regiões de clima mediterrânico. Atualmente esta cultura encontra-se dispersa por quase todo o mundo, sendo que 36% da área ocupada pela amendoeira localiza-se na Europa (Aguiar et al., 2017).
A amêndoa possui uma grande importância económica, ambiental, cultural e social em Portugal. Esta espécie chega mesmo a ser uma das fontes de rendimento principais em algumas das regiões de Portugal e caracterizadora da paisagem.
As regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro e Algarve foram tradicionalmente as duas principais áreas de produção de amêndoa no nosso país. Atualmente temos assistido ao crescimento do Alentejo como área de produção, devido, essencialmente, ao surgimento da Barragem do Alqueva e consequente disponibilidade de água para regar.
No Alentejo, o amendoal está a ser maioritariamente instalado em regadio, em sistemas intensivo e super-intensivo. Nas regiões onde esta cultura é mais tradicional os pomares encontram-se normalmente em sequeiro, com compassos mais alargados e a condução das plantas em vaso. Na região de Trás-os-Montes registou-se atualmente a instalação de algum amendoal em regadio. A busca por produções mais elevadas por hectare tem fomentado o desenvolvimento de novas técnicas de poda e sistemas de condução mais eficientes e aumentado o número de árvores plantadas por hectare.
Portugal em 2017 tinha uma área de 34002 hectares de amendoal e uma produção de 20139 toneladas (INE, 2019), o que corresponde, em relação à área e produção total de frutos secos em Portugal, a 38 % e 21 % respetivamente. Estes valores são o reflexo do peso que esta cultura tem vindo a conquistar ao longo do tempo.
Tem-se verificado um aumento da área de produção de amêndoa em Portugal, sendo que entre 2009 e 2017 este aumento foi de aproximadamente 27%, chegando aos 34.002 hectares em 2017. Também a produção nacional de amêndoa (com casca e em miolo) aumentou significativamente, cerca de 65%, entre 2010 e 2017. Por sua vez, o rendimento do amendoal (toneladas por hectare) sofreu um aumento significativo, de cerca de 56%, entre 2010 e 2017 (figura 1).

Figura 1 – Evolução da área de produção de amêndoas em Portugal, da produção de amêndoas (com casca e em miolo) e rendimento em toneladas (de 2005 a 2017) (INE, 2019).
Ana Santos & Sandra Teixeira
Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos
Para ler na íntegra na Voz do Campo n.º 229 (ago.set 2019)