
A autarquia da Pampilhosa da Serra teme ficar sem meio aéreo, devido ao acidente que na manhã desta quarta-feira envolveu o helicóptero que está localizado no concelho para o combate aos fogos florestais. O país não tem reserva de meios aéreos e não se prevê quando a aeronave, que cobre o interior do distrito de Coimbra, seja substituída. Em conferência de imprensa, o ministro Eduardo Cabrita já se comprometeu com a sua subsituição.
O vereador com a tutela da Proteção Civil na autarquia de Pampilhosa da Serra, que é a proprietária da helipista, contou que o “helicóptero teve um problema e regressava à pista [do Centro de Meios Aéreos] quando caiu, a poucos metros do solo, tendo ficado tombado”. Em consequência do acidente “o helicóptero ficou inoperacional e não sabemos agora, tendo em conta o alerta vermelho em vigor, se será substituído”, adiantou Jorge Custódio.
Uma pessoa ficou ferida na sequência da queda da aeronave. Trata-se, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra, de um militar do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR que pilotava a aeronave, sendo um dos seus cinco ocupantes. Esta informação foi avançada por Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, numa conferência no comando da Proteção Civil. Segundo a Proteção Civil, foram mobilizados para o local 12 operacionais e cinco viaturas.
Distrito de Coimbra está com menos uma aeronave
As causas do acidente vão ser esclarecidas pelo Gabinete de Investigação de Acidentes Aéreos e Ferroviários, estando o distrito de Coimbra, nesta altura com menos uma aeronave. Portugal conta, de acordo com a escala de meios das operações de combate a incêndios, com 60 aeronaves, entre aviões e helicópteros. No distrito de Coimbra deveriam estar 3 helicópteros de combate e um de coordenação. Sem o heli da Pampilhosa da Serra o distrito apenas tem aeronaves em Cernache e Lousã, onde está também um helicóptero de coordenação. Este ano os meios aéreos são operados com intendência da Força Aérea, que foi quem contratou as aeronaves, assumindo um encargo que até aqui pertencia à Autoridade Nacional de Proteção Civil. Foi autorizada uma despesa de 122 milhões de euros para a operação com meios aéreos. Em caso de avaria cabe aos operadores de meios aéreos proceder à substituição das aeronaves imobilizadas. Já em caso de acidente essa responsabilidade não é clara.
Apesar dos contactos a Proteção Civil não comentou a falta de aeronave, quando o país está em alerta máximo de perigo de incendio. Mas o presidente da Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários confirma a “inexistência de uma reserva de meios aéreos. O país não tem meios de reserva e quando há acidentes é difícil, ou impossível, substituir essas aeronaves que fazem falta, sobretudo numa altura em que o país está com elevados riscos de índice”, diz Rui Silva que esclarece “que os concursos são lançados para determinada operação e será sempre preciso nova tramitação burocrática para alugar outra aeronave”.
Apesar das dúvidas o ministro da Administração Interna assumiu que “o país não terá falta de meios aéreos”. Em conferência de imprensa, esta manhã no comando da Proteção Civil, Eduardo Cabrita garantiu “a substituição do aparelho sinistrado”, não esclarecendo, contudo, se haverá nova contratação de helicóptero ou se será feito um ajuste aos dispositivo.