A Salivitae, uma empresa localizada em Portimão, está a revolucionar a agricultura algarvia com a sua produção biológica de salicórnia, também conhecida como “sal verde” ou “espargo do mar”. Esta planta halófita, que cresce naturalmente em ambientes costeiros, é tolerante a altos níveis de salinidade, tornando-a ideal para cultivo em áreas próximas ao mar.
O projeto da Salivitae é particularmente inovador, pois a exploração está situada a cerca de 3 km do mar. Para cultivar a Salicornia europaea orgânica certificada, a empresa teve que criar condições ambientais adequadas, incluindo o controlo do teor de sal da água utilizada na rega, a impermeabilização da área de produção e a instalação de um sistema de iluminação artificial para otimizar a produção.
A sustentabilidade é um pilar fundamental do projeto. A Salivitae utiliza energia renovável, água reutilizada, compostagem, minimiza o uso de plásticos e aproveita 100% da matéria vegetal produzida. Além da salicórnia fresca, a empresa investe na desidratação e moagem em pó da planta, que pode ser usada como substituto do sal e suplemento natural, rico em nutrientes.
Grande parte da produção é destinada à exportação, principalmente para os Países Baixos, Alemanha, Bélgica, Polónia e República Checa, mercados que reconhecem o valor nutricional e ambiental da salicórnia. Este projeto é visto como uma oportunidade de investimento nos quadros de apoio europeu, destacando-se no cenário agrícola internacional.
Para promover a transformação que a agricultura algarvia está a vivenciar, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR Algarve), com o apoio da Rede Rural Nacional e em parceria com o setor agroalimentar, lançou uma campanha de vídeos curtos. Estes vídeos narram, na primeira pessoa, casos de sucesso de investimentos apoiados por fundos europeus, incluindo o projeto da Salivitae.
A Salivitae não só contribui para a sustentabilidade ambiental, mas também para o desenvolvimento socioeconómico da região, demonstrando que a inovação e a sustentabilidade podem andar de mãos dadas na agricultura moderna.
O artigo foi publicado originalmente em Rede Rural Nacional.