O Santander e o Banco Europeu de Investimento (BEI) assinaram uma operação de financiamento de 400 milhões de euros para impulsionar investimentos de PME e empresas de média capitalização (‘MidCaps’) e apoiar o setor agrícola em Portugal.
“Esta operação visa melhorar o acesso ao financiamento para empresas em setores estratégicos de forma a potenciar o desenvolvimento agrícola e o apoio às regiões de coesão económica”, lê-se num comunicado conjunto divulgado hoje.
A operação foi implementada através da emissão de títulos de dívida pelo Santander, nomeadamente Obrigações Cobertas Europeias Premium, subscritas exclusivamente pelo BEI.
Desta forma, o BEI fornece financiamento direto ao Santander, que, por sua vez, canaliza estes recursos para apoiar pequenas e médias empresas (PME) e ‘MidCaps’, incluindo jovens agricultores, garantindo melhores condições de financiamento.
A operação prevê um montante de 75 milhões de euros especificamente dedicado ao setor agrícola, no âmbito do Programa Agrícola Pan-Europeu, uma iniciativa do BEI para fortalecer a agricultura e a bioeconomia na Europa, identificada como uma das oito prioridades fundamentais do banco de investimento europeu.
“Pelo menos 10% desse valor será alocado a jovens agricultores e recém-instalados, com o BEI a permitir a elegibilidade para financiamento de aquisição de terrenos agrícolas”, refere.
Esta é a primeira operação assinada pelo BEI no âmbito do pacote de 3.000 milhões de euros lançado em 2024 para apoiar empresas agrícolas, com foco nas empresas lideradas por jovens empreendedores.
Quanto aos restantes 325 milhões de euros, serão direcionados ao financiamento de PME e ‘MidCaps’ em Portugal.
Segundo o Santander e o BEI, espera-se que “cerca de 60% dos fundos sejam alocados a regiões de coesão, promovendo o desenvolvimento económico em áreas com menor acesso ao crédito e incentivando a modernização empresarial”.
Citado no comunicado, o diretor-geral e chefe de operações do BEI afirma que este financiamento “reforça o compromisso do BEI com o crescimento económico sustentável, garantindo que as PME, incluindo o setor agrícola, tenham acesso a condições de financiamento mais favoráveis”.
“Ao apoiar jovens agricultores e projetos inovadores, contribuímos para a resiliência e competitividade da economia portuguesa”, destaca Jean-Christophe Laloux.
O BEI é a instituição de financiamento a longo prazo da União Europeia (UE), propriedade dos seus Estados-membros, que financia investimentos que contribuem para os objetivos políticos da União com base em oito prioridades: ação climática e ambiente; digitalização e a inovação tecnológica; segurança e defesa; coesão; agricultura e bioeconomia; infraestruturas sociais; investimentos de elevado impacto fora da UE e união dos mercados de capitais.
O grupo BEI, que também inclui o Fundo Europeu de Investimento (FEI), assinou quase 89.000 milhões de euros em novos financiamentos para mais de 900 projetos de elevado impacto em 2024, destinados a reforçar a competitividade e a segurança da Europa.
No ano passado, apoiou ainda mais de 100.000 milhões de euros em novos investimentos para a segurança energética da Europa e mobilizou 110.000 milhões de euros em capital de crescimento para ‘startups’, ‘scaleups’ e pioneiros europeus.
Cerca de metade do financiamento do BEI na União Europeia destina-se às regiões da coesão, onde o rendimento ‘per capita’ é inferior à média da UE.