Ano após ano, os números da reciclagem de embalagens de uso profissional agrícola chegam-nos com a mesma facilidade com que nos apressamos a classificá-los: são “bons” ou “maus”? Representam um decréscimo preocupante ou um crescimento animador? Mas talvez a análise não deva ficar por aí. Porque mais do que resultados, os números de cada ano oferecem-nos um espelho — não apenas do que foi feito, mas sobretudo do que ainda está por fazer.
Este ano, o balanço é claro: os dados desafiam-nos. Não para apontar falhas, mas para provocar reflexão. Para nos chamar à responsabilidade. Para nos lembrar que entre o caminho percorrido e o que falta trilhar está o verdadeiro espaço da evolução. E é aí, precisamente aí, que reside a oportunidade — de crescermos enquanto sector, de nos unirmos em torno de um propósito comum e de fazermos, juntos, cada vez melhor.
Há muito que a sustentabilidade é um tema que se senta às nossas mesas e que faz parte das nossas prioridades e, hoje, mais do que nunca e sobretudo olhando para este alerta que os números lançam ao setor, a pergunta que se impõe é exatamente: o que queremos nós ser enquanto setor? Um exemplo de responsabilidade ambiental ou um sistema que apenas cumpre os mínimos exigidos?
Mais do que um sistema, do que se propor a alcançar metas, do que ser um barómetro de resultados, o Valorfito tem-se empenhado em ser, ano após ano, um parceiro dos profissionais agrícolas e um aliado do ambiente. Reciclar e encaminhar resíduos de embalagens usadas é muito mais do que uma tarefa que se exige a quem trabalha diariamente no campo e na terra, é a prova de um compromisso firme com a sustentabilidade do planeta, com a proteção dos ecossistemas, com a garantia de qualidade da água, do ar e dos solos. Para ser eficaz, a reciclagem não pode ser vista como uma obrigação imposta de fora para dentro, tem que ser algo natural à profissão, intrínseco à forma como se trabalha, como se produz, como se vive a agricultura.
E isso exige mudança. Exige estarmos cada vez mais ligados, cada vez mais alinhados, de norte a sul do país, da maior à menor exploração, a partilhar uma visão comum. A reciclagem de embalagens agrícolas não é um gesto isolado, é parte de um todo e quando feita em consciência, ganha uma força que vai muito além da logística – torna-se símbolo de um setor que quer ser mais responsável, mais moderno e mais comprometido com o planeta.
Entregar as embalagens, respeitar prazos de entrega, sensibilizar colegas e parceiros, aceder a informação que é disponibilizada sob diferentes suportes, são gestos simples, mas que, multiplicados, nos permitem fazer uma diferença real e palpável. É tempo de deixarmos de ver este processo como uma obrigação e começarmos a vivê-lo como uma oportunidade. Uma oportunidade para sermos melhores. Para darmos o exemplo. Para mostrarmos que a agricultura portuguesa é capaz de estar na linha da frente da sustentabilidade.
Porque só juntos, agricultores, técnicos, distribuidores, empresas e sistemas como a Valorfito, conseguiremos transformar preocupações em acções e desafios em progresso.
Diretor Geral Valorfito
Evolução tecnológica e formação de agricultores: juntos, rumo à sanidade vegetal!