
As estatísticas do Gabinete de Planeamento e Políticas mostram que em 2017 Portugal tinha 2178 hectares de uva de mesa que produziram 22 136 toneladas. Trata-se de um setor que tem crescido e tem conseguido responder ao perfil do consumidor, com a uva sem grainha provavelmente a representar a sua “grande revolução”. Hoje há novos desafios que se colocam, como a aposta nas variedades tradicionais, mas também preocupações ambientais, nomeadamente com a adoção de embalagens e outros materiais “mais amigos do ambiente”.
Para falar de uva de mesa em Portugal é inevitável referir a Herdade do Vale da Rosa, que dos campos alentejanos faz chegar uva aos quatro cantos do mundo, mas há muitos outros operadores a ganhar o seu espaço, nomeadamente a Frutalmente, a primeira organização de produtores com sede em Castanheira do Ribatejo e que comercialmente está mais focada no mercado nacional.
Recentemente este setor recebeu a notícia de que já pode exportar para a China, desde que cumpridos todos os requisitos acordados entre as autoridades fitossanitárias nacionais e chinesas. Um mercado gigantesco que para as entidades envolvidas nas negociações, sobretudo o Ministério da Agricultura, “é mais uma oportunidade de crescimento para o setor hortofrutícola nacional”.
Os dados oficiais dizem que este ano, até final do mês de julho, “as exportações do setor hortofrutícola ultrapassaram já os 900 milhões de euros, valor que corresponde a um crescimento de 11% face ao período homólogo”, o que por si é revelador de um grande dinamismo e de um trabalho em rede entre parceiros, evidente no recém-criado Comité Misto França – Espanha – Itália – Portugal – de Uva de Mesa que tem por objetivo “criar um ambiente de diálogo e cooperação estável para um setor que cresceu fortemente nos últimos anos”. A primeira reunião deste Comité vai realizar-se no âmbito da 11.ª Fruit Attraction que acontece em Madrid de 22 a 24 de outubro.
Para ler na íntegra na Voz do Campo n.º 230 (outubro 2019)