Foi concedida ao COTHN-CC uma Autorização Excecional de Emergência por 120 dias, com efeito a partir de 25 de fevereiro de 2025, ao produto MIRAVIS®.
Portugal é o primeiro país da União Europeia a autorizar MIRAVIS®, a nova geração fungicida da Syngenta impulsionada pela tecnologia ADEPIDYN®.
A Syngenta apresentou o MIRAVIS® ao mercado nacional, num webinar realizado a 18 de março, onde participaram 64 técnicos da fruticultura e distribuição.
MIRAVIS® chega ao mercado português quando a substância ativa está em fase final de avaliação a nível europeu, o que é uma enorme conquista da equipa da Syngenta em Portugal, que trabalhou em parceria com o COTHN-CC- Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional e a DGAV- Direção Geral de Alimentação e Veterinária para obter a autorização excecional de emergência para o controlo da estenfiliose, a principal doença que afeta os pomares de pereira.
MIRAVIS® tem por base a substância ativa pidiflumetofena, que pertence ao grupo químico das carboxamidas, representando a nova geração de moléculas, inibidor da respiração do complexo II da membrana interna da mitocôndria dos fungos, inibindo a enzima sucinato desidrogenase -SDHI (Grupo FRAC – 7), devido ao seu radical livre consegue uma ligação mais robusta ao local de ação da substância ativa.
Esta nova geração de fungicidas, com doses mais baixas de substância ativa aplicada, permite uma maior eficácia em doenças de difícil controlo como é o caso da estenfiliose da pereira.
MIRAVIS® é rapidamente absorvido pela camada cerosa das folhas e frutos. A sua afinidade com as ceras proporciona-lhe resistência à lavagem pela chuva e resulta numa libertação lenta, que lhe dá um excelente efeito de persistência.
Nos quatro ensaios realizados em pomares de pereira na região Oeste de Portugal, desde 2018, comprovou-se que MIRAVIS® obtém níveis de eficácia superiores no controlo de Stemphylium, de 87% nas folhas e de 93% nos frutos, às verificadas com outros SDHIs do mercado nos mesmos ensaios.
MIRAVIS® deve ser aplicado preventivamente, logo após o início da floração e até o fruto atingir o tamanho de uma noz, entre os estados BBCH 60 a BBCH 72, integrado num programa com produtos de outros grupos químicos, com diferentes modos de ação, e seguindo as boas práticas para reduzir o inóculo do fungo nos pomares, tais como o controlo das infestantes, que são hospedeiras da doença, e a retirada das folhas secas e da lenha de poda.
A Secretária-Geral do COTHN, Maria do Carmo Martins, realçou a proatividade da DGAV na obtenção da Autorização Excecional de Emergência para o MIRAVIS®, o que demonstra a importância da fileira da pera Rocha. “Creio que o MIRAVIS® é uma solução inovadora e será mais uma ferramenta muito útil para a produção”, afirmou durante o webinar.
A tecnologia ADEPIDYN® tem amplo espectro de controlo sobre uma vasta gama de doenças causadas por fungos e está autorizada em diversos países e para várias culturas, nomeadamente, na Argentina, desde 2016, nos EUA, desde 2018, e no Brasil, desde 2022.
Daniel Felix, investigador do INIAV-Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, apresentou os resultados da monitorização da estenfiliose na campanha 2024, no âmbito do Grupo de Trabalho Estenfiliose, que acompanha 4 pomares de pereira na região Oeste, tendo emitido 46 informações semanais sobre a evolução da doença, durante a campanha.
Algumas das conclusões a reter são que as condições meteorológicas têm grande influência na disseminação da estenfiliose, temperaturas entre 15º e 20º graus, com humidade nas folhas superior a 40 horas semanais são propícias ao desenvolvimento do Stemphylium; os pomares onde há escarificação de solo têm mais esporos do fungo do que os pomares com enrelvamento na entrelinha e sem mobilização do solo; há grande correlação entre a presença de folhas contaminadas e o aumento de sintomas da doença nos frutos e verificou-se que a maior incidência na contagem de esporos ocorreu entre as semanas 17 e 19, ou seja, coincidindo com o período pós-floração.
Fonte: Syngenta