A cana-de-açúcar já representou um fator de crescimento económico na Madeira, mas hoje a produção escasseia e os produtores de Rum da Madeira IGP não preveem tempos fáceis. Luís Faria, gerente do Engenhos do Norte, um dos mais antigos em atividade na ilha, fala sobre as origens e o futuro do setor.
Na ilha “desde o início das nossas descobertas”, como explica Luís Faria, gerente do Engenhos do Norte, na vila do Porto Cruz, um dos mais antigos em atividade na Madeira, a funcionar desde 1949, a cana-de-açúcar foi uma “cultura bastante apetecida como vetor de criação de uma riqueza importante”, lê-se também no site da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR). Era conhecido por “Ouro Branco” e usado na culinária, na doçaria e até como elemento decorativo. No entanto, “quando se levou a cana-de-açúcar para o Brasil, o açúcar que era feito na ilha perdeu valor e começou-se a produzir aguardente de cana-de-açúcar, que não é mais do que o rum agrícola”, garante Luís.
E apenas há alguns anos se mudou a nomenclatura. “Alterou-se o nome para rum agrícola e isso foi uma mais-valia, porque permitiu às empresas entrarem em concursos internacionais. Houve uma admiração no mercado internacional pelo rum da Madeira. No ano seguinte, muitos especialistas vieram ver o que a ilha tinha. Passaram pelas empresas e só depois é que se identificaram”, conta.
Segundo a DGADR, “o Rum da Madeira IGP é um rum produzido na Região Autónoma da Madeira (RAM), obtido exclusivamente por fermentação alcoólica e destilação do sumo de cana-de-açúcar, apresentando um título alcoométrico volúmico mínimo de 37,5% vol.” A área geográfica […]