O presidente da direção da Associação Vinibairrada, Carlos Campolargo, mostrou-se hoje preocupado com as “ameaças” de ordem natural e de ordem administrativa que este setor irá atravessar, perspetivando “anos muito difíceis”.
“As ameaças que pairam sobre nós são muitas, desde logo as de ordem natural. Mas, algumas não são de forma nenhuma de ordem natural, mas de ordem administrativa”, apontou.
Carlos Campolargo, que preside a Associação Vinibairrada desde 2013, foi reconduzido no cargo na última terça-feira, dia em que tiveram lugar as eleições para os corpos sociais dos próximos quatro anos.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Campolargo aludiu às dificuldades que os produtores vão sentido devido “às incertezas atmosféricas”, estando “sujeitos a intempéries ou doenças criptogâmicas”.
“Este é um segmento em que as explorações são pequenas e com dificuldades acrescidas, numa época como a que atravessamos, com a subida generalizada dos preços daquilo que denominamos como secos: garrafas, rolhas, caixas. Tudo aumenta muito depressa e significativamente de preço”, acrescentou.
Para além das “ameaças” de ordem natural, o presidente da direção da Vinibairrada apontou outras “ameaças”, que “recentemente foram postas em discussão pública”.
“Refiro-me às normas que a Direção-Geral de Saúde pretende implementar, em termos de rotulagem, ao quererem identificar o vinho como o tabaco, como se este apresentasse o mesmo tipo de problemas para a saúde humana. Refiro-me a taxar gravemente o vinho, tal como hoje acontece com o tabaco”, concretizou.
Para mostrarem o seu descontentamento perante estas “ameaças administrativas”, a associação “aprovou uma moção, que já foi colocada em plataforma digital”.
A Vinibairrada foi criada em 1985, com o objetivo de agrupar todos os vitivinicultores da então Região Demarcada da Bairrada que se dedicassem à produção de vinho com aquela denominação de origem.
Em fevereiro deste ano, os estatutos desta associação passaram a prever a representação exclusiva de vitivinicultores – engarrafadores (os produtores de vinho feito obrigatoriamente apenas das suas próprias uvas e que o vendem com a sua própria marca).
Atualmente, a Vinibairrada conta entre os seus associados vitivinicultores – engarrafadores da região da Bairrada e da sub-região Terras de Sicó, “todos juntos pela defesa do seu estatuto e de ambas as regiões vitivinícolas”.