A redução do limite de álcool na condução em Espanha, a concretizar-se, terá um impacto limitado nas exportações portuguesas de vinho para aquele país, que são pouco relevantes, afirmou hoje o presidente executivo da Viniportugal.
Embora ressalvando que “descidas tão acentuadas são sempre negativas para o consumo de vinho”, Frederico Falcão considera que a medida “não deverá ter grande impacto nas exportações portuguesas para Espanha”, que “não é um mercado muito relevante para os vinhos de Portugal” e para onde “muita da exportação é de vinho a granel, de baixo preço”.
“Para os vinhos portugueses não será um grande problema, por não ser um mercado grande”, sustentou, em declarações à agência Lusa, o presidente executivo da Viniportugal, organização interprofissional do Vinho de Portugal e entidade gestora da marca “Wines of Portugal”.
O parlamento espanhol aprovou na terça-feira, numa primeira votação (ainda não definitiva), uma proposta para reduzir a quantidade máxima de álcool permitida atualmente no sangue dos condutores de 0,5 gramas para 0,2 gramas de álcool por litro de sangue.
Segundo a proposta, esta taxa passará a ser aplicada a todos os condutores em Espanha, independentemente da profissão ou da antiguidade da carta de condução.
No preâmbulo da proposta do PSOE, lê-se que o álcool ou as drogas “são das principais causas de acidentes rodoviários em todo o mundo” e que em países como a Suécia e a Noruega, “líderes mundiais em segurança rodoviária”, a taxa é já de 0,2 gramas por litro de sangue, que também é recomendada por organizações internacionais, que entendem que “este limite equivale a tolerância zero”.
Em 2024, Espanha foi o 13.º maior mercado de exportação dos vinhos portugueses, com as vendas para aquele país a somarem 27,683 milhões de euros, mais 31,34% do que em 2023, segundo dados disponíveis no ‘site’ da Viniportugal.
O principal mercado foi França (103,426 milhões de euros, -0,01%), seguido dos EUA (102,139 milhões de euros, +2,05%) e do Brasil (85,864 milhões de euros, +7,46%).
Já em volume exportado (litros), Angola surge no primeiro lugar do ‘ranking’, com 35,9 milhões de litros de vinho, seguido de França e do Brasil (com 33,1 e 28,6 milhões de litros) e ocupando Espanha a quarta posição, com 24,8 milhões de litros e um crescimento de 142% face a 2023.
Analisando o preço de vinho exportado, verifica-se, contudo, que o preço médio de venda para Espanha se ficou no ano passado pelos 1,12 euros por litro, uma quebra de 45,75% face aos 2,06 euros de 2023.