Vaca ‘Maravilha’ é a vaca ‘Grande Campeã’ do X concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono
Chama-se ‘Maravilha’ a vaca ‘Grande Campeã’ do X Concurso Micaelense Holstein Frísia de outono que se realizou de 29 de novembro a 1 de dezembro no Parque de exposições nas instalações da Associação Agrícola de São Miguel é propriedade do produtor da freguesia das Furnas, António José Ferreira Pacheco. Um concurso com um balanço considerado “extremamente positivo” pelo Presidente da Associação Agrícola, Jorge Rita e que, no entender de António Ventura, Secretário da Agricultura e Alimentação, é seguido na multimédia por outros países com o objetivo de “tentarem fazer melhor”.
O Presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita, considerou “extremamente positivo” o balanço do X Concurso Holstein Frísia de Outono que se realizou de 29 de novembro a 1 de dezembro no Parque de exposições de São Miguel, em Santana.
“Estamos a falar do melhor concurso que se faz a nível nacional, pela dimensão que tem, pela paixão evidenciada pelos produtores, pela envolvência das pessoas, pela qualidade da organização e pelas condições do pavilhão”, realçou.
Jorge Rita, que falava após a entrega dos troféus às vacas, novilhas e vitelas vencedoras do concurso, destacou a “grande adesão” dos produtores e a “excelente dinâmica que o concurso teve, com presença do público que encheu o pavilhão, principalmente, durante o sábado, dia de apuramento das vacas campeãs.”
“As pessoas não se deslocaram para ver algo diferente. Vieram ver especificamente o concurso. Isto é extremamente positivo. Houve uma envolvência significativa da nossa sociedade e dos agricultores”, disse.
“Estamos a falar de dois concursos num ano que não são fáceis de fazer. É extremamente difícil. E conseguimos sempre ultrapassar as dificuldades com o trabalho dos produtores que são muito resistentes e resilientes,” explicou.
Jorge Rita sublinhou “a extraordinária qualidade dos animais” a concurso, “a diversificação dos prémios, sabendo-se que existem algumas explorações mais dominantes.”
Mas, prosseguiu, “além dos produtores tradicionais há novos produtores que começam a aparecer no concurso com animais geneticamente muito bons e que também ganham prémios.”
No entender do Presidente da Associação Agrícola, esta é a prova de que há “cada vez mais produtores a investir em boa genética. E há jovens que incentivam os pais a participar e que se deve aos cursos de preparação de animais, que têm muita adesão junto da nossa juventude. E, também existem intercâmbios com outros países muitos bons nesta área, que estimulam a participação dos produtores nestes concursos,” completou.
Em seu entender, “grande parte desta nova vaga de produtores também se começa a afirmar” nos concursos “com a extraordinária qualidade dos seus animais.”
Jorge Rita não esconde um “orgulho enorme pelo grau de excelência que atingiu o concurso” e, a concluir, deixou um alerta: “É muito importante que haja uma envolvência total à volta deste sector, principalmente daqueles que estão na fileira do leite, desde a produção, à transformação, à comercialização e, ao governo regional e à própria sociedade.
“Cada vez mais a sociedade percebe e sabe da importância que o nosso sector tem para a Região. Até mesmo aqueles que estão em sectores de atividade que são emergentes na Região, como é o caso do turismo, sabem que se a agricultura começa a ter muitos problemas económicos e sociais nas várias ilhas, a coesão territorial desaparece e deixa de existir o grande trabalho desenvolvido pelos agricultores na manutenção da grande beleza das nossas paisagens e do nosso ambiente. E ninguém quer que isto aconteça.”
“O que quero dizer é que uma agricultura forte, uma agricultura a crescer, em todas as suas dinâmicas, nos sectores do leite, da carne, e na diversificação agrícola, será sempre muito importante para o turismo que nos visita, por aquilo que nós potenciamos, quer em termos da oferta gastronómica, quer em termos das belezas naturais,” completou.
António Ventura realça qualidade do concurso
O Secretário da Agricultura e Alimentação, António Ventura, considerou que o concurso “afirma-se como um evento de grande prestígio para os Açores.”
“Este concurso está a ganhar uma projeção não só regional, o que já tinha conseguido, como também uma projeção nacional e internacional,” realçou o governante.
Há aqui uma coordenação com outras paragens geográficas. O próprio juíz é do Canadá e este é um concurso já conhecido a nível internacional. Há aqui uma conexão com técnicos de outros países e, portanto, por este concurso, os Açores estão a ser conhecidos como região produtora de leite de excelência. Um leite que, cada vez mais, é rico em mais gordura e mais proteína. É um leite produzido com um cruzamento daquilo que é chamado a atlanticidade, ou seja, entre solos vulcânicos e a maresia do Atlântico. E, portanto, nós temos uma diferença: Esta excelência é pena não ser suficientemente valorizada como deveria,” afirmou.
António Ventura elogiou a organização do concurso que, em seu entender, “tem sido magnífica”. Como salientou, “trata-se de uma organização que é exemplar e é maravilhosa.”
“Eu sei”, prosseguiu, que “outros países seguem, atentamente, através da multimédia, aquilo que se faz em São Miguel para tentarem fazer melhor.”
“E se tal acontece, de facto, em São Miguel, num concurso de ilha, para tentarem fazer melhor, isto significa que se está a fazer bem na região,” completou.
“Maravilha” foi a ‘Grande Campeã’
Chama-se ‘Maravilha’ a vaca ‘Grande Campeã’ do X Concurso Micaelense Holstein Frísia de Outono e é propriedade do produtor da freguesia das Furnas, António José Ferreira Pacheco.
É o segundo ano consecutivo que ‘Maravilha’ é ‘Grande Campeã’ em concurso com juízes diferentes e, este ano, foi também a vaca Campeã Adulta.
António José Ferreira Pacheco, no momento da decisão do juiz canadiano Ian Crosbie, não escondia a sua satisfação: “Esta é uma sensação maravilhosa, uma sensação incrível”, disse o produtor.
O produtor considerou ‘extremamente difícil’ chegar a este nível. “É uma luta constante e o trabalho de uma vida”, completou.
António Pacheco acredita “perfeitamente na aposta nas novas tecnologias. É possível ter robots nas explorações, ter equipamentos modernos e ter a gestão informatizada,” afirmou.
O produtor fez um agradecimento “muito especial” à sua família que, muitas vezes, é sacrificada em função das vacas.”
“Ás vezes falta tempo para estar com a família porque as coisas têm de ser feitas com as vacas. E, infelizmente, atualmente, temos muita dificuldade em arranjar mão-de-obra,” afirmou.
Juiz surpreendido com qualidade genética das vacas a concurso
O Juiz Ian Crosbie, que tem julgado vários concursos no Canadá, mostrou- se surpreendido com a qualidade genética das vacas a concurso. Considerou o concurso “fantástico”, com animais “tremendos” em todas as classes. “São animais com alta qualidade. E estou impressionado com os seis animais que chegaram à final,” disse.
Perante a questão dos jornalistas sobre se os animais a concurso em São Miguel poderiam concorrer em concursos no Canadá e obterem boas classificações, Ian Crosbie não tem dúvidas: “Os animais que chegaram à final, essencialmente os campeões, podem ir ao Canadá discutir em concursos com os melhores animais do Canadá e ficam no top,” salientou.
Os critérios adotados pelo Juiz foram, “essencialmente, funcionalidade, mobilidade, largura do peito, muito carácter leiteiro, bons úberes e boas pernas.”
Ian Crosbie explicou que, com estes critérios, as vacas têm “mais longevidade e são mais rentáveis para o produtor.”
O Juiz considerou “fenomenal” a experiência vivida em São Miguel, “uma surpresa desde a qualidade dos animais às paisagens que são de cortar a respiração. Foi uma experiência sem igual,” considerou.
Crosbie fez ainda questão de elogiar a cozinha portuguesa e açoriana. Como afirmou, “a Itália é que tem a fama de ter a melhor cozinha, mas, deste que provou a comida portuguesa e a açoriana, que a coloca acima de qualquer outra cozinha do mundo.”
Fonte: Cooperativa União Agrícola, CRL – Associação Agrícola de São Miguel