O Governo do Zimbabué fez os primeiros pagamentos, no valor de 2,8 milhões de euros, aos agricultores brancos cujas terras foram adquiridas no âmbito de um programa de reforma agrária em 2000, noticiou a imprensa local.
Este pagamento, segundo explicou a Nehanda Radi, faz parte dos compromissos assumidos no Acordo de Compensação Global de 2020 (GCD, na sigla em inglês).
De acordo com o Ministério das Finanças, citado pelos meios de comunicação do país, 3,1 milhões de dólares (cerca de 2,8 milhões de euros) foram pagos relativos ao primeiro lote de 378 explorações, das 740 explorações aprovadas para compensação até à data.
O valor total das indemnizações aprovadas para estas 378 explorações iniciais ascende a 311 milhões de dólares (cerca de 279 milhões de euros).
O pagamento inicial representa então pouco mais de 1% do valor total da indemnização, sendo que o restante será feito em obrigações do tesouro denominadas em dólares norte-americanos, com uma taxa anual de 2% e prazos de vencimento que variam entre dois e dez anos, e que são isentos de impostos, negociáveis e transmissíveis.
O executivo afetou dez milhões de dólares (cerca de nove milhões de euros) do orçamento nacional de 2025 para estes pagamentos compensatórios.
O Governo do falecido Robert Mugabe, que governou o país com mão de ferro de 1980 a 2017, quando foi derrubado pelos militares, expropriou em 2000 cerca de quatro mil agricultores brancos das terras a que tinham tido acesso na época colonial, numa altura em que o país atravessava uma recessão económica.
Até 2000, os agricultores brancos desempenharam um papel fundamental na economia agrícola, produzindo tabaco e produtos hortícolas, como flores, para exportação.
A população indígena desta nação vizinha de Moçambique começou então a ocupar informalmente os campos vagos.